Decisão, favorável a grupos de ativismo climático e a cerca de 1.700 cidadãos holandeses, pode abrir precedente para casos semelhantes contra multinacionais poluidoras em todo o mundo
O Tribunal Distrital de Haia, na Holanda, ordenou nesta quarta-feira, 26, que a Royal Dutch Shell reduza suas emissões líquidas de carbono em 45% até 2030, em relação aos níveis de 2019. A decisão foi favorável a grupos de ativismo climático e a cerca de 1.700 cidadãos holandeses. Em 2018, juntos, eles entraram com uma ação que pedia que a empresa anglo-holandesa reduzisse as emissões conforme as metas globais estabelecidas no acordo climático de Paris.
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Shell
Shell é obrigada a reduzir em 45% suas emissões líquidas de gás carbônico até 2030 Foto: Suzanne Plunkett/ Reuters
A decisão pode abrir precedente para casos semelhantes contra multinacionais poluidoras em todo o mundo. Ao contrário do que alegavam os ativistas, a corte não considerou que a Shell estivesse violando a obrigação de reduzir emissões, uma vez que endurecia políticas ambientais. No entanto, considerou que as novas regras da empresa não eram concretas e tinham muitas ressalvas. Agora, o grupo tem até 2030 para tomar as medidas necessárias.
O tribunal não definiu como a meta deve ser atingida, a gigante da energia terá "total liberdade na forma de cumprir sua obrigação de redução e no redesenho da política corporativa do grupo Shell."
Em nota, a Shell afirmou estar "decepcionada com a decisão do tribunal". Isso porque, na visão da empresa, eles já investiam bilhões de dólares em energia limpa, como em veículos elétricos e biocombustíveis, por exemplo. "Queremos aumentar a demanda por esses produtos e expandir nossos novos negócios de energia ainda mais rapidamente", escreveram.
Fonte: Estadão