Os preços do trigo acompanhados pelo Cepea atingiram nível recorde no mercado brasileiro nos meses de setembro e outubro, contrariando o momento de grande oferta dos grãos no país, disse o centro de pesquisa da Universidade de São Paulo em análise publicada nesta terça-feira (9).
Com o avanço da colheita do trigo brasileiro, a alta dos preços se mostra atípica, disse o Cepea, uma vez que o esperado seria a evasão dos compradores do mercado.
A explicação está no temores de operadores quanto à estabilidade dos preços dos grãos, afirmou a análise.
"O interesse desses traders reflete a necessidade de reabastecimento dos estoques e o receio de que os bons volumes contratados antecipadamente para exportação, num contexto de preços internacionais elevados, venham a limitar a oferta no mercado nacional", avaliou o Cepea.
Com o aumento da presença de compradores, a liquidez voltou a melhorar e os preços médios seguem firmes, mesmo com o aumento da oferta neste período de colheita.
Segundo o Cepea, os preços médios pagos ao produtor gaúcho (balcão) ficaram praticamente estáveis, caindo 0,3 por cento, entre 1o e 8 de outubro, ao passo que, no mercado de lotes (negociações entre empresas), subiram 1,3 por cento.
Em Passo Fundo, por exemplo, uma das praças pesquisadas, a tonelada está sendo comercializada perto de 560 reais a tonelada, pouco abaixo do recorde histórico de preço nominal de 572,64 reais por tonelada no início de setembro.
No Paraná, os segmentos de balcão e lotes ficaram praticamente estáveis nos primeiros oito dias de outubro, com alta de 0,6 por cento e queda de 0,1 por cento, respectivamente.
Em Ponta Grossa, outra das praças pesquisadas pelo Cepea, a tonelada está sendo negociada na casa de 630 reais, também um patamar histórico.
Fonte: Reuters / Laiz Souza
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