Todos os oradores da solenidade realizada na quarta-feira em Marabá classificaram como um fato histórico a liberação da licença prévia da Alpa e o início das obras de implantação da siderúrgica. Neste sentido, se manifestaram, por exemplo, o presidente da Vale, Roger Agnelli, a governadora Ana Júlia, o prefeito de Marabá, Maurino Magalhães, e o secretário de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia do Estado, Maurílio Monteiro. Este chegou a declarar que a Alpa será um divisor de águas na história da indústria paraense.
A Alpa, afinal, é um dos mais vistosos empreendimentos dos muitos que vão ser executados no Pará nos próximos quatro anos, segundo levantamento realizado pela Federação das Indústrias (Fiepa) – a maior parte deles (cerca de 80%) exatamente nas regiões sul e sudeste do Estado. Segundo esse levantamento, o Pará deverá receber até 2014 investimentos de aproximadamente R$ 100 bilhões, com a geração prevista de aproximadamente 120 mil empregos.
De fato, o que parece estar em curso no sul-sudeste do Estado, com vórtice no município de Marabá, é um turbilhão de intensidade incontrolável e cuja força vem abalando as velhas estruturas econômicas da região, causando impactos que se manifestam com maior intensidade em municípios como Parauapebas, Canaã dos Carajás, Itupiranga e Curionópolis. Em Marabá, município com população já superior a 200 mil habitantes e taxas explosivas de crescimento demográfico, são múltiplos os indicadores dos novos tempos. As mudanças se refletem mais fortemente nos investimentos públicos, em projetos habitacionais, nos loteamentos privados e no brusco aquecimento do mercado imobiliário, que multiplicou os custos dos aluguéis.
E nem poderia ser diferente. Afinal, paralelamente à implantação da Alpa e da nova planta industrial do grupo Aço Cearense, importantes obras de urbanização e diversos projetos de infraestrutura e logística de transporte serão realizados no próprio município de Marabá e na região sob sua influência direta nos próximos anos. Sem contar os investimentos privados, próprios de uma cidade em rápida transformação, pode-se enumerar aqui a implantação do terminal portuário no rio Tocantins, a recuperação, ampliação e consolidação do distrito industrial do município e a construção do ramal ferroviário ligando a siderúrgica da Vale à Estrada de Ferro Carajás.
Acrescentem-se a isso a próxima inauguração das eclusas de Tucuruí, prevista para o próximo mês de junho, e as obras de derrocamento do Tocantins, que vão tornar o rio plenamente navegável a partir de Marabá neste primeiro momento. Numa segunda etapa, as obras de derrocamento deverão se estender até a cidade maranhense de Imperatriz, conforme já se anuncia das obras que integrarão a fase dois do PAC, o programa do governo federal para aceleração do crescimento e da economia brasileira. Isso, sem contar que também no PAC-2 já está prevista também a construção da hidrelétrica de Marabá, no rio Tocantins, com capacidade de geração para 1.800 MW.
Fonte:
PUBLICIDADE