Companhia investiu R$ 539 milhões na tecnologia de resfriamento de chapas grossas Continuous On Line (CLC), desenvolvida pela Nippon Steel
A siderúrgica Usiminas quer ser uma das principais parceiras da Petrobrás nos projetos de exploração da camada do pré-sal. A empresa anunciou ontem a instalação, na usina de Ipatinga (MG), da tecnologia de resfriamento acelerado de chapas grossas chamada CLC (Continuous On Line Control).
O equipamento possibilitará à companhia fornecer uma nova linha de aços com alto valor agregado, batizada Sincron, que poderá atender demandas específicas por equipamentos do pré-sal nos mercados naval e de óleo e gás, como cascos de navios, oleodutos e plataformas. O investimento foi de R$ 539 milhões.
"A Usiminas será a primeira empresa, fora do Japão, a usar essa tecnologia", disse o vice-presidente de Negócios da companhia, Sergio Leite. Desenvolvido pela japonesa Nippon Steel, que detém 27,8% das ações ordinárias da Usiminas, a capacidade de produção da CLC poderá atingir 500 mil toneladas anuais de chapas grossas. "Deveremos atingir a plena capacidade até 2012, conforme a Petrobrás for implementando seu plano de investimentos", afirmou Leite. Segundo ele, a Usiminas poderá atingir uma fatia de 33% do mercado de chapas grossas no Brasil.
A estimativa da companhia é, a partir do segundo trimestre de 2011, iniciar a venda dos produtos específicos para gasodutos e oleodutos e para o mercado naval. Novas especificações de aço continuarão a ser desenvolvidas na linha até 2012, quando a mesma terá capacidade para produzir 19 produtos diferentes. Para 2011, o nível de capacidade deverá ficar entre 100 mil e 150 mil toneladas.
Segundo Leite, os testes do Sincron começaram há dois meses e o aço já foi apresentado a mais de 60 clientes. Ele disse ainda que o equipamento está na fase de homologação e certificação no Brasil e no exterior.
O gerente de produtos e soluções da Usiminas, Ed Juarez, informou que o produto pode ser usado, por exemplo, na construção de navios de grande porte, com uma redução nos custos de até 15%. "A indústria naval brasileira, que está se reerguendo após 30 anos, poderá ganhar uma competitividade adicional frente a companhias coreanas, chinesas e japonesas", disse.
O foco da produção na Usiminas será o mercado interno, mas o grupo não descarta a possibilidade de exportação do produto a mercados da América Latina.
Fonte: O Estado de S.Paulo/Rodrigo Petry
PUBLICIDADE