A Vale estima investir entre US$ 25 bilhões a US$ 28 bilhões nos próximos dois anos em projetos orgânicos de fertilizantes, cobre e níquel, dentre outros, disse o presidente executivo da companhia, Roger Agnelli, durante entrevista, ontem, após abrir o pregão da Bolsa de Nova York, durante 10º Vale's Day. Agnelli declarou que "a Vale está no melhor momento de sua história". E revelou que "reza todo dia" para a China, país muito importante para o mundo.
Ao contrário do previsto, porém, a companhia não divulgou os números fechados do programa de investimento da Vale para 2011 e para os próximos cinco anos. Relatório do UBS estima que a companhia anuncie um programa de investimentos entre US$ 95 a US$ 100 bilhões para os próximos cinco anos e de US$ 20 bilhões para 2011. Estes dados deverão ser conhecidos até o final do mês, pois alguns projetos ainda não foram aprovados pelo conselho de administração da empresa.
Apesar de ter provocado certa decepção no mercado com o adiamento dos números de investimento, Agnelli conseguiu transmitir grande confiança sobre o futuro ao destacar que a empresa tem ótimos ativos no mundo (Simandou, um novo Carajás na África, cobre em Zambia, carvão em Moçambique) e pretende focar-se no desenvolvimento de todos eles. O executivo assegurou a prioridade da Vale em projetos orgânicos, e afirmou que a companhia não pretende fazer grandes aquisições. Vai usar oportunidades de compra de pequenos ativos para acelerar e fazer crescer novos projetos em andamento.
Apesar do mercado não apreciar o anúncio de números gigantes de investimento no médio e longo prazo, pois sobra menos dinheiro para distribuir para os acionistas, Agnelli conseguiu entusiasmar os analistas ao garantir que todos os investimentos da Vale passam no teste de retorno real de 12% em dólar desalavandados. Este percentual está acima do custo de capital da empresa (ponderado entre dívida e capital próprio) na faixa de 8%.
Ainda ontem, a Vale divulgou os números de produção do terceiro trimestre. Eles superaram as expectativas de analistas e impulsionaram as ações da mineradora para cima. "A companhia produziu, no período, 82,6 milhões de toneladas de minério de ferro, o melhor desempenho trimestral desde o recorde de 85,8 milhões de toneladas no terceiro trimestre de 2008 e acumulou 227,5 milhões de toneladas do insumo nos nove primeiros meses do ano. "Foi muito forte", destacou uma fonte do setor de mineração.
O terceiro trimestre do ano costuma ser o de melhor desempenho da Vale. Pedro Galdi, analista da SLW Corretora, espera no período resultado operacional de R$ 12 bilhões e lucro líquido na faixa de R$ 8 bilhões, ambos recordes. Pelos dados de produção, não será difícil a Vale chegar lá. Além da produção surpreendente de minério de ferro, a de pelotas somou 13,6 milhões de toneladas de julho a setembro - no ano 36,8 milhões de toneladas. A produção total de níquel refinado fechou em 44 mil toneladas, indicando que as operações da Vale Inco no Canadá estão quase normalizadas com o fim da longa greve em Sudbury. No ano, acumula 114 mil toneladas. A produção de cobre atingiu 58 mil toneladas - 131 mil no ano.
Fonte: Valor Econômico/Vera Saavedra Durão | Do Rio
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