O diretor de siderurgia da Vale, Aristides Corbelini, acenou nesta quinta-feira (28) com a possibilidade de a companhia ampliar seus investimentos no setor no futuro. "Quando nosso sócio ThyssenKrupp achar que vale um novo investimento (na Companhia Siderúrgica do Atlântico, CSA), a Vale estará pronta para fazer" afirmou o executivo.
Além da CSA, a mineradora brasileira tem hoje mais três projetos siderúrgicos em seu planejamento estratégico, que juntos vão produzir 18 milhões de toneladas de aço. Mesmo aberto a futuras expansões, Corbelini foi enfático ao lembrar que o grupo alemão, que detém 73% da CSA, está atualmente focado em consolidar sua operação na usina, que iniciou produção em 2010.
O cenário também foi destacado pelo vice-presidente de finanças da ThyssenKrupp no Brasil, Rodrigo Tostes, que participou do mesmo seminário, no Rio de Janeiro. Segundo ele, uma expansão da CSA não está no radar do grupo no momento, mas pode ser alvo de discussão no futuro. Tostes explicou que o terreno da CSA comportaria uma expansão e que o porto ainda tem uma capacidade ociosa, que permitiria novas operações.
O tom favorável a uma expansão manifestado por Corbelini tem como pano de fundo as margens atraentes de geração de caixa oferecidas pelo setor no Brasil. Nos últimos cinco anos, a média nacional ficou em torno de 30%, enquanto a mundial fechou na casa dos 16%.
Em sua apresentação no seminário, o diretor explicou que os investimentos da companhia em siderurgia deixam a Vale em uma posição vantajosa frente às suas principais concorrentes: as mineradoras australianas. Isto porque a expectativa é de que o consumo de produtos siderúrgicos no Brasil cresça mais vigorosamente nos próximos anos. Já a BHP Billiton e a Rio Tinto não têm um mercado consumidor forte na Austrália.
Questionado sobre o interesse do governo em aumentar os investimentos siderúrgicos da Vale no País, Corbelini preferiu não comentar. Entre 2009 e 2010, o governo cobrou publicamente da Vale mais investimentos no setor. O estresse foi um dos principais motivos para a troca no comando da mineradora, com a saída já anunciada de Roger Agnelli, que será substituído por Murilo Ferreira.
Mesmo contido sobre o tema, o diretor de siderurgia da Vale enfatizou que "quem decide as estratégias da empresa é o conselho de administração". Nas últimas semanas, vários representantes dos sócios controladores da Vale frisaram que a estratégia de crescimento da empresa não irá se alterar por conta da mudança na presidência. O bloco de controle da Vale é formado pela Previ, Bradespar, Mitsui e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Fonte: Agência Estado
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