Dois anos depois da capitalização da Petrobras, as ações da estatal não despertam entusiasmo entre os investidores. Com base acionária 48% maior, o valor de mercado da empresa agora é de R$ 303 bilhões, R$ 65 bilhões a menos que em 27 de setembro de 2010, quando a megaoferta foi encerrada na bolsa.
Para que a Petrobras recupere seu maior valor, as ações preferenciais precisam subir 53% a partir do nível atual e as ordinárias, 80%. Para o investidor, o caminho é ainda mais longo - as cotações precisam dobrar ou se valorizar até mais que isso.
Com excesso de gastos em alguns projetos e dificuldades em convencer o governo sobre a necessidade de repasses da alta do petróleo aos preços dos combustíveis, além dos efeitos cambiais sobre a dívida em moeda estrangeira e das novas captações de longo prazo, o nível de endividamento voltou a subir. Antes do aumento de capital, a dívida líquida representava 34,4% do que a empresa chama de capitalização total (soma do patrimônio líquido e da dívida líquida). Depois da captação, essa relação recuou para 16%, mas no fim do segundo trimestre a dívida líquida já representava 28%.
Com todos esses desdobramentos, o processo de capitalização deixou uma certa insatisfação entre os acionistas minoritários. No entanto, há uma esperança de melhora com a gestão de Maria das Graças Foster, dizem analistas. A empresa não respondeu ao pedido de entrevista feito pelo Valor.
Fonte: Valor / Tatiane Bortolozi e Fernando Torres
PUBLICIDADE