O presidente da Usiminas, Sergio Leite, disse hoje, durante teleconferência com analistas, que a companhia, depois de cinco anos operando com um volume de vendas no patamar de 4 milhões de toneladas de aço, deverá entrar em um novo nível este ano, de cerca de 5 milhões de toneladas.
“Com o guidance de vendas de 1,2 milhão a 1,3 milhão de toneladas no segundo trimestre, que é semelhante ao apurado no primeiro trimestre, quando anualizamos isso, conseguimos um ritmo de 5 milhões de toneladas. Estamos preparados para o futuro”, disse Leite.
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Leite afirmou, ainda, que a Usiminas apresentou o melhor Ebitda trimestral dos anos 2000, muito em razão das vendas consolidadas da companhia.
Uma das razões para este aumento no ritmo de vendas, segundo o vice-presidente comercial, Miguel Homes, é a retomada forte dos setores em que a siderúrgica atua e a recomposição de estoques na cadeia. Segundo ele, ainda há espaço para esse movimento, principalmente na distribuição e na indústria de bens de capital.
“O setor de distribuição, segundo o Inda, está com 2,2 meses de vendas, quando historicamente esse segmento trabalha com estoque normalizado em 3 a 3,5 meses. Então, ainda não está regularizado e podemos esperar um impacto demanda”, disse Homes.
Já o setor de bens de capital, segundo ele, ainda mantém os níveis fortes de atividade e por isso também não regularizaram os estoques. “Agora, o setor automotivo iniciou o ano com a atividade acelerada e a recomposição de estoques de matéria-prima evoluiu um pouco. No entanto, o nível de estoque de produto acabado está bem abaixo do que se trabalha. As montadoras têm 16 dias de vendas ante um estoque ideal de 30 a 35 dias. Isso pode também influenciar a demanda por aço nos próximos meses”, afirmou Homes.
No trimestre, a Usiminas fechou com um estoque de 728 mil toneladas de aço, o que representa 52 dias de vendas, segundo o vice-presidente finanças e relações com investidores, Alberto Ono. Segundo ele, o capital de giro fechou em R$ 4,89 bilhões no primeiro trimestre, cerca de R$ 2 bilhões a mais do que o último trimestre de 2020. “Desse aumento, metade disso é estoque e o restante é contas a receber. Só em estoque de produtos físicos, aço, temos R$ 350 milhões.”
Fonte: Estadão