De São Paulo - O fim dos estímulos fiscais à indústria, o consumo antecipado e a alta dos juros são fatores apontados por economistas e pelo setor produtivo como preponderantes para reduzir o ritmo de crescimento da economia. "Essa confluência de fatores fez com que a indústria e a economia de um modo geral sentisse que a realidade mudou, não é mais aquele céu azul de otimismo que estava no início do ano", diz Carlos Loureiro, diretor do Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço (Inda).
As vendas de aço durante o primeiro semestre deixam claro a transição que ocorreu a partir de abril. Segundo dados de Loureiro, entre janeiro e março os distribuidores venderam o equivalente a 979 mil toneladas do insumo, tendo março como auge histórico, com 381 mil toneladas comercializadas. Neste segundo trimestre, a quantidade vendida foi rigorosamente a mesma.
"A tendência, contudo, é de queda, porque o resultado foi diminuindo de abril para maio e de maio para junho", diz Loureiro. Do recorde de 381 mil toneladas apurado em março, as vendas foram caindo, atingindo 320 mil toneladas em maio e um pouco abaixo disso em junho. Para ele, o empresário entendeu, diante da diminuição de ritmo no trimestre e dos sinais dados pelo governo e pelo BC, que era necessário encontrar um novo patamar de crescimento.
"Em março terminamos o processo de recuperação da crise e a partir de abril o mercado começou a tatear em busca de um patamar de vendas e estoques", diz Loureiro, para quem a elevação dos juros, em abril, teve o efeito psicológico de mostrar aos agentes que a economia estava muito acelerada e precisava esfriar. "Ainda há um nevoeiro quanto ao patamar real da economia, mas estão todos com o farol de milha ligado", diz.
(Fonte: Valor Econômico/JV)
PUBLICIDADE