A exportação de petróleo da Venezuela caiu 6% em maio e pode recuar ainda mais com as dificuldades que a estatal PDVSA está tendo para embarcar o produto.
A PDVSA informou clientes que eles precisarão enviar navios equipados para aceitar transferências de petróleo de embarcação para embarcação, em vez de nos portos. Se eles não aceitarem as condições, a empresa avalia a possibilidade de declarar motivo de força maior, que é basicamente declarar sua incapacidade de cumprir contratos, segundo fontes a par do assunto.
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A PDVSA começou a notificar os clientes de que não receberá mais novos petroleiros para carregamento nos seus principais terminais exportadores, de José e Paraguaná, enquanto os navios que já estão na fila não forem atendidos.
Até agora, a maior parte dos clientes se recusava a fazer a transferência de navio para navio por causa da falta de uma terceira parte para supervisionar as operações, segundo transportadores e comerciantes. Os custos adicionais dessas transferências também pesam.
A PDVSA vem usando as sanções impostas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, como argumento para a mudança, disse uma fonte.
Mas os terminais exportadores da Venezuela estão congestionados desde que a companhia americana de petróleo ConocoPhillips conseguiu na Justiça, no mês passado, o arresto dos principais terminais da PDVSA no Caribe, de onde a companhia venezuelana costumava despachar grandes carregamentos para mercados da Ásia.
Ontem, havia cerca de 80 navios-tanque na costa venezuelana, metade deles aguardando para receber petróleo, segundo o monitoramento da Thomson Reuters. Entre os clientes da PDVSA aguardando embarque estavam a americana Chevron, a indiana Naraya Energy e a chinesa CNPC.
Em maio, quando a ConocoPhillips tomou os ativos da PDVSA no Caribe, as exportações de petróleo da Venezuela caíram 6%, para 1,169 milhão de barris em maio.
Fonte: Valor