Ainda sob os efeitos da crise internacional de 2009, a fabricante de motores elétricos WEG, com sede em Jaraguá do Sul, divulgou ontem os resultados do segundo trimestre de 2010. Com receita bruta de R$ 1,23 bilhão ? cerca de 2% abaixo do mesmo período do ano passado ? e lucro líquido R$ 116,1 milhões, 10,4% a menos do que no segundo trimestre de 2009, a empresa aposta em uma recuperação mais acentuada a partir do segundo semestre de 2010.
Segundo Laurence Beltrão Gomes, diretor de relações com investidores, os efeitos da desaceleração de pedidos no grupo de geração, transmissão e distribuição de energia (GTD) ainda exerceram impacto sobre os resultados do segundo trimestre do ano. O setor representa cerca de 24% das vendas da WEG. "A recuperação mais lenta é uma característica do segmento. Apesar de termos sido beneficiados pela demora na queda das receitas, agora demoramos mais tempo para recuperar", explicou.
Apesar de o período ter sido de aquisições ? com compra da sul-africana Zest Group, do controle acionário da Voltran, no México, e a Instrutech, no Brasil -, Laurence disse que não houve efeito sobre o resultado do período. "As aquisições foram feitas com dinheiro do caixa da empresa, mas não houve impacto", disse.
O diretor observou que a entrada na África do Sul, com as operações do Zest Group, e do fortalecimento da atuação nos Estados Unidos, com o controle da Voltran, devem ajudar o grupo a impulsionar resultados na segunda metade do ano. "A empresa já tem uma forte presença global e com as aquisições estamos fortalecendo essa atuação", disse Beltrão.
No segundo trimestre, os motores industriais e voltados para equipamentos eletroeletrônicos industriais foram os principais responsáveis pelo resultado, com fatia de 51% na receita. De acordo com Laurence, os motores para eletrodomésticos, que mereceram destaque nos resultados do último trimestre de 2009, responderam por 17,1% das vendas.
O setor de tintas também apresentou crescimento na participação das vendas da WEG. Segundo Laurence, a unidade de Guaramirim, no norte de Santa Catarina, tem operado próximo do limite. O segmento passou de 7% para 7,9% do total faturado na comparação entre o segundo trimestre de 2008 e 2009 e ganha destaque com o investimento em tecnologia para atender o setor naval. "É uma área que tem trazido bons resultados, principalmente com a entrada em novos segmentos, como a construção naval, a manutenção industrial e o setor de exploração de óleo e gás", disse.
Em relação ao resultado, a Ativa Corretora manteve visão neutra e apostou em recuperação mais intensa no segundo semestre.
Fonte: Valor Econômico/Júlia Pitthan, de Florianópolis
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