Alidor Lueders, diretor da empresa: venda de motores domésticos é segmento que mais contribui para retomada
Com um esforço adicional no controle de custos e despesas, a WEG, fabricante de motores elétricos com sede em Jaraguá do Sul (SC), conseguiu manter resultado positivo no quarto trimestre de 2009, apesar de queda na receita.
O lucro líquido do período ficou em R$ 136,4 milhões, 14,8% abaixo do terceiro trimestre, mas 39,7% acima do mesmo período do de 2008. A companhia atingiu receita líquida de R$ 1,077 bilhão, 2% maior na comparação com o terceiro trimestre de 2009, mas 16,9% abaixo do registrado no mesmo período no ano anterior.
O diretor de relações com investidores da WEG, Alidor Lueders, destacou, em análise sobre os resultados, a gradual recuperação dos mercados consumidores. A venda de motores domésticos foi o segmento de negócios que mais contribui para a retomada.
Com o impulso da redução do IPI nos eletrodomésticos, o setor - que tem um ciclo mais curto - foi a primeira área a demonstrar claramente a recuperação da demanda. As vendas de itens de transmissão e geração de energia elétrica também ajudaram nos resultados da WEG ao longo de 2009.
De acordo com o balanço, o atendimento dos pedidos que já tinham sido contratados permitiu à empresa manter bom desempenho de crescimento das receitas no ano. A queda só foi sentida no quarto trimestre, porque a indefinição nos investimentos dificultou o fechamento de novos contratos.
Na avaliação da Ativa Corretora, as receitas obtidas pela WEG no quarto trimestre vieram em linha com o esperado. A margem bruta foi de 32%, ou 6,1 pontos percentuais abaixo do trimestre anterior e 0,5 ponto percentual a menos que o mesmo período de 2008.
"Recomendamos a exposição no setor de bens de capital, considerando WEG o melhor veículo para tal, tendo em vista a expectativa de crescimento do PIB em patamares satisfatórios a partir de 2010", diz a corretora em relatório a investidores. Para a Ativa, a expansão do PIB deve ampliar os investimentos em renovação e ampliação de máquinas e equipamentos, bem como no setor de infraestrutura, beneficiando os resultados do setor de bens de capital e, assim, os da WEG.
Para a Fator Corretora, o resultado operacional da WEG foi fraco, mas em linha com as expectativas. "O destaque negativo foi a queda na margem lajida", diz o analista Sami Karlik em relatório. Para ele, existe a perspectiva de retomada da demanda dos projetos de ciclo longo, que possuem margens maiores, embora ainda não esteja claro qual será o ritmo desse processo.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (lajida) ficou em R$ 229 milhões, queda de 10% em relação ao trimestre anterior e de 15% na comparação com os últimos meses de 2008. Já a margem lajida, que é a relação entre esse número e a receita líquida, foi de 21,2% - 2,9 pontos percentuais menor que no terceiro trimestre e 0,5 ponto percentual inferior ao apresentado no último trimestre de 2008.
Os investimentos da companhia cresceram. As aplicações em ativos fixos para expansão da capacidade produtiva somaram R$ 226,3 milhões em 2009, sendo 72% destinados aos parques industriais e demais instalações no Brasil e o restante às unidades produtivas e demais subsidiárias no exterior.
A administração da WEG vai propor a destinação aos acionistas de R$ 300 milhões, para pagamento de dividendos e juros sobre capital próprio, o que corresponde a cerca de R$ 0,4847 por ação antes das deduções de impostos. Esse montante representa 54,7% do lucro líquido.(Fonte: Valor Econômico/Júlia Pitthan, de Joinville (SC))
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