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15 anos de bons negócios


Foto: Carlos Nogueira

Estaleiros especializados em embarcações de serviço investem em suas plantas para surfar os próximos anos de encomendas garantidas

A indústria naval brasileira está passando por um boom de investimentos, o que fortalece o setor e aumenta a competitividade nacional. Estaleiros especializados na construção de embarcações de serviço, transporte de passageiros e pesca estão otimistas e acreditam no aumento das encomendas até nos próximos 15 anos. Para suprir a demanda, muitos planejam ampliar as instalações. Os estaleiros contam que o maior entrave para o crescimento, no entanto, ainda é a falta de mão de obra qualificada.

 

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Entre outros projetos, os estaleiros Corema, São Miguel, Aliança e Rio Maguari, por exemplo, trabalham na ampliação das unidades ou na capacidade de produção. O estaleiro Corema pretende mudar as instalações para Aratu, na Bahia, ampliando a capacidade de construção. O custo total é de R$ 230 milhões, sendo que R$ 107 já foram aprovados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM). A previsão para terminar as obras é de um ano e meio após receber a licença ambiental.

Para o presidente, Fernando Mata Virgem, o maior entrave para a expansão são as licenças ambientais, previstas para saírem ainda em setembro. Com as novas instalações, será possível, segundo Mata Virgem, diversificar a carteira de encomendas principalmente para offshore. “Se continuar o projeto de investimentos previstos pelo governo no setor naval, a demanda deve continuar forte para os próximos 15 anos. Atualmente, o estaleiro tem 110 funcionários e deve chegar a 600 empregados com as novas instalações”, comemora o presidente do estaleiro baiano.

O objetivo da mudança do Corema da região da Ribeira para Aratu faz parte do projeto de ampliar o volume de contratos de embarcações de apoio portuário, em que é especializado, além de expandir para a construção de barcos maiores de até 130 metros. “O calado da região é maior, e a capacidade de construção de navios vai passar de embarcações de 75 metros para 130 metros. Além disso, será possível construir até oito embarcações simultaneamente”, destaca Mata Virgem.

Localizado em Belém, no Pará, o estaleiro Rio Maguari está finalizando o investimento, com recursos próprios, na expansão da capacidade de produção com a construção de um novo dique, assim como na capacitação de pessoal e na migração de plataforma de projetos navais. O diretor comercial do estaleiro, Fabio Vasconcellos, conta que já está em fase final o planejamento para novo investimento em melhorias para construção de embarcações offshore. “Os estaleiros têm procurado se atualizar tecnologicamente de maneira a aumentar a produtividade, único caminho para sobrevivência de longo prazo, inclusive com parceiros tecnológicos internacionais, muito interessados em investimento no mercado brasileiro”, conta Vasconcellos.

Os projetos para expansão do estaleiro Aliança, em Niterói, estão na etapa final. As obras de terraplanagem já começaram para a construção da unidade industrial Aliança Offshore em São Gonçalo. Para o presidente da CBO e do estaleiro Aliança, Luiz Maurício Portela, a demanda por embarcações de apoio marítimo deve continuar bastante aquecida nos próximos 15 anos, por isso, a expansão tem objetivo de atender ao aumento das encomendas da Petrobras para a construção e reparos de navios de apoio marítimo, que serão usados no crescimento da produção de petróleo. Ao final da expansão o estaleiro terá 1,2 mil pessoas diretamente contratadas e vai gerar cerca de 3 mil empregos indiretos. “A opção de construir uma nova unidade industrial em área fora do estaleiro, em Guaxindiba, São Gonçalo, foi resultado da decisão estratégica de manter o núcleo produtivo no estado do Rio de Janeiro. A experiência positiva de uso de arranjos produtivos locais demonstrou que diversas atividades industriais poderiam ser realizadas em uma nova unidade”, diz o presidente da CBO e estaleiro Aliança.

Os investimentos na expansão do estaleiro Aliança vão criar uma nova unidade para realizar docagem e reparos dos navios da CBO. Será construído um shiplift capaz de movimentar barcos de até 5,5 mil toneladas de peso, 100 metros de comprimento, 23 metros de boca e 5,5 metros de calado. O aumento da capacidade de movimentação de carga será obtido pela extensão da atual linha de guindastes e a instalação de um novo guindaste de 100 toneladas. Uma nova oficina abrigada para montagem de blocos será construída com duas pontes rolantes de 50 toneladas cada. Também será adquirida uma carreta para transporte de blocos de até 100 toneladas. A capacidade de atracar embarcações em reparo ou em construção será obtida pela construção de um cais de 300 metros ao longo da extensão da linha de guindastes.

Com investimento de R$ 54 milhões, o estaleiro São Miguel, em São Gonçalo, vai ter duas fases de ampliação, uma parte com recursos próprios e outro financiado pelo FMM. Na primeira fase vai ser construído um dique seco de 96 metros por 22 metros com cinco metros de calado, um galpão com capacidade de processamento de até 300 toneladas por mês, o cais com mais de 100 metros e calado de seis metros. O co-CEO do estaleiro, Renato Nascimento, conta que já receberam a licença de dragagem e o dique e o galpão devem ficar prontos em novembro.

“O aumento da capacidade é muito significativo, já que vamos passar de 50 toneladas por mês para 300 toneladas”, diz Nascimento. “A Petrobras vai ser a empresa com um dos maiores investimentos do mundo e queremos participar desta fase, por isso acreditamos muito no momento para ampliar a produção. Até procuramos fazer uma sociedade com o banco BTG Pactual”, defende o co-CEO. O acordo entre a Brasbunker — holding que controla empresas dos setores de transporte marítimo de combustível para embarcações (bunker fuel), apoio marítimo para plataformas offshore — com o banco BTG Pactual ajudará a elevar os negócios da empresa.

Com o objetivo de atender às crescentes demandas, o estaleiro Guarujá, da Wilson, Sons Estaleiros, desenvolveu dois projetos para duas novas instalações. No Guarujá, o projeto de expansão prevê erguer um novo estaleiro no mesmo município. O atual tem uma área de cerca de 20 mil metros quadrados, emprega cerca de 600 pessoas e tem capacidade para a construção simultânea de até seis embarcações. Com a expansão, a companhia passa a ter uma área de 40 mil metros quadrados, com capacidade para ser um polo de construção e manutenção de PSVs com localização geográfica favorável, já que está situada perto de duas das mais importantes bacias de petróleo – Santos (SP) e Campos (RJ). O outro projeto é a construção de um estaleiro no porto do Rio Grande, no Rio Grande do Sul, com o dobro da capacidade dos estaleiros do Guarujá. Essa unidade será destinada, principalmente, à construção de embarcações offshore de pequeno e médio portes, como AHTSs (Anchor Handling Tug Supply), rebocadores e navios feeder de até 25 mil toneladas de capacidade de carga. Ambos os projetos estão em fases distintas de aprovação de licenças governamentais.

O estaleiro Santa Cruz atua com 100% de ocupação da capacidade de trabalho e há alguns anos vem investindo com recursos próprios na atualização de suas instalações. Segundo o diretor técnico do Grupo H. Dantas, José Ricardo Porto de Almeida, neste momento está sendo desenvolvido um projeto para ampliação e atualização do estaleiro com a visão de atender às demandas futuras do mercado para embarcações de apoio portuário bem como offshore. “O mercado vive um momento muito otimista e promissor, o Santa Cruz acredita neste momento e está se preparando para enfrentá-lo, investindo com recursos próprios na atualização de suas instalações”, comemora Almeida. “Neste ano de 2010, além das docagens habituais para reparo de embarcações que fizemos, na área de novas construções estamos mais otimistas, pois já entregamos dois rebocadores de 45 toneladas Bollard Pull, num total de quatro contratados pela Vale, e estão previstas as outras duas unidades contratadas”, destaca.

Os principais clientes do Santa Cruz são Sulnorte, Vale, DSND Consub, Bourbon, Navegação São Miguel, Saveiros entre outros. De acordo com o diretor técnico, o estaleiro está integrado à estratégia do armador Sulnorte, ambas empresas do Grupo H.Dantas, sustentando ações relativas ao desenvolvimento da frota com qualidade e competitividade, de forma a tornar tal integração um diferencial competitivo em ambos segmentos da economia. Para capacitar a mão de obra, o grupo tem parceria com o Senai-SE em cursos de iniciação e aperfeiçoamento para soldadores, montadores navais, eletricistas e mecânicos.

“Com estes trabalhos, a região de Aracaju e Barra dos Coqueiros, onde está localizado, vêm aumentando muito as oportunidades de emprego e geração de renda para as diversos especialidades de mão de obra. Com isso, mais de 80% da mão de obra do Estaleiro Santa Cruz é residente no município de Barra dos Coqueiros”, afirma Almeida.

O gerente de novos investimentos e infraestrutura da Firjan, Cristiano Prado, destaca que a expansão da exploração de petróleo deve impactar a demanda da indústria naval, para offshore, reparos e barcos de apoio. “O setor foi um dos menos afetados pela crise mundial em 2009, pois as encomendas normalmente são de longo prazo”, explica Prado.

Para Prado, a indústria naval vive um de seus melhores momentos, não só pelo número de encomendas feitas pela Petrobras e Vale, mas também por pedidos de companhias internacionais. “Muitas empresas internacionais estão procurando parcerias com estaleiros nacionais para aproveitar a demanda interna”, diz. “Os estaleiros brasileiros têm condições tecnológicas de fornecer seus serviços internacionalmente. Inclusive alguns já vendem para outros países da América Latina. O foco atual é o mercado interno, mas é preciso ser competitivo internacionalmente para conquistar a sustentabilidade a longo prazo”, avalia ele.

O estaleiro Inace, em Fortaleza, com 42 anos de trabalho, precisou focar nas encomendas internacionais para se manter durante o período de estagnação da indústria naval brasileira. A superintendente do estaleiro, Elisa Bezerra, conta que tem tecnologia de ponta para competir e se manter em mercado como França, Estados Unidos e Alemanha, por exemplo. “Focamos na construção de iates para nos mantermos durante o período parado no Brasil, mas agora as perspectivas são muito boas internamente. Muita coisa melhorou, mas ainda tem algumas dificuldades e burocracias, como a compra dos equipamentos importados que representam quase 40% do barco”, aponta Elisa.

O Inace entregou em setembro o primeiro navio da classe para a Marinha do Brasil, o Patrulha Macaé, com 54,2 metros de comprimento. Além disso, previs tos para o mês passado estavam a entrega de um rebocador para a Tug Brasil e uma lancha patrulha para Marinha do Brasil. Elisa ressalta que, com essas entregas, o estaleiro tem capacidade para construir cerca de 15 embarcações a mais e que já estão negociando novos projetos.

O estaleiro SRD compara as dificuldades do período de estagnação quando, por falta de grande volume de encomendas, estaleiros grandes competiam com os de pequeno e médio porte. José dos Santos Cunha, gerente comercial do SRD, comemora que atualmente essa divisão está mais clara e dessa forma é possível garantir as encomendas. O estaleiro está com 40% de ocupação e já está em fase final de negociação para a construção de dois rebocadores. “O momento é de observar o mercado para investir quando sentirmos necessidade.”

O estaleiro baiano Corema acredita que em dois anos, com a ampliação, vai ter condições de aumentar a carteira de encomendas para empresas internacionais. A empresa garantiu a construção de seis embarcações do modelo LH 2500, faltando apenas assinar o contrato com prazo de dois anos e meio para a entrega.

O diretor comercial do estaleiro Rio Maguari, Fabio Vasconcellos, acrescenta que é importante aproveitar o momento de crescimento da economia e o pré-sal para que o país volte a ser um importante player no mercado internacional de construção naval, desta vez de forma duradoura. “Para isto, o investimento na capacitação e formação de mão de obra, a parceria com as universidades e a busca incessante de produtividade são imperativos para a competitividade de longo prazo. Os estaleiros têm consciência disto e caminham nesta direção procurando não repetir os erros do passado”, avalia Vasconcellos.

O Detroit Brasil tem em carteira projetos de rebocadores portuários, line handlers, empurradores fluviais e oceânicos e PSVs (Plataform Supply Vessels). A carteira de clientes inclui a Vale, Petrobras, Camorim, Tranship, Starnav e Technip. Segundo o superintendente Comercial, Josuan Moraes Junior, o estaleiro está em constante ampliação e planeja para os próximos dois anos modificações significativas no parque fabril e a busca por talentos pessoais no setor. “O maior desafio do setor vai ser formar profissionais qualificados em número que atenda à demanda atual e dos estaleiros novos que estão surgindo, para isso é fundamental a parceria com entidades de ensino e governamentais”, comenta Moraes Junior.

Depois de 20 anos sem novas encomendas a falta de mão de obra qualificada é uma entrave para o setor, concorda o co-CEO do estaleiro São Miguel, Renato Nascimento. “Pretendemos contratar cerca de 600 pessoas nos próximos seis meses e para isso é preciso mão de obra qualificada, a formação de pessoal é o grande entrave do setor atualmente.”

 

Hidrovias. O incentivo do governo em redistribuir a matriz de transporte nacional, aumentando a participação do transporte de cargas por hidrovias, é outro fator que deve impactar positivamente o setor naval. Cristiano Prado, da Firjan, lembra que além de contribuir para que a demanda dos estaleiros continue constante, podendo ampliar as carteiras de encomendas, o transporte por hidrovias reduz o custo logístico nacional. “Mudança da matriz de transporte representa frete mais barato. É importante estimular a cabotagem e as hidrovias para reduzir o custo de entrega de produtos. Com isso, cria-se um impulso aos estaleiros que diversificam as construções e garantem a manutenção do setor de forma natural a longo prazo”, defende Prado.

O estaleiro Rio Maguari está construindo comboios fluviais para a Vale, que serão utilizados no Rio Paraguai, barcaças oceânicas para a Locar, rebocadores portuários para a Hermasa e Tug Brasil, balsas graneleiras para a Hermasa, além do contrato com a Transpetro para a construção de 20 comboios fluviais em nova planta que será implantada em Araçatuba, em São Paulo. A taxa de ocupação atual é de 80%. Fabio Vasconcellos aposta que o mercado local de embarcações fluviais continuará se expandindo, em função do crescimento da economia e sobretudo devido à inauguração das eclusas de Tucuruí.

“Além disso, o modal hidroviário tem sido muito procurado por empresas em busca de redução de custos logísticos e por investidores interessados neste tipo de transporte. Acho que as ações do governo nesta área devem ser a de prover a infraestrutura necessária para que o modal aquaviário seja cada vez mais possível”, aponta Vasconcellos. “Estamos também procurando entrar no mercado de construção offshore, sem dúvida o mais promissor para os próximos anos. O mercado para embarcações de apoio offshore continuará forte em função das novas demandas geradas pelo pré-sal.

Para Vasconcellos, as empresas e os investidores estão ávidos para melhorar sua competitividade e a redução dos custos logísticos são imprescindíveis para que o Brasil ocupe um lugar de destaque ainda maior no cenário internacional. “O governo deve investir na implantação das hidrovias, com sinalização, dragagens, construção das eclusas e fundamentalmente não permitir a construção de novas barragens sem eclusas”, defende. “Há pelo menos uma importante missão para o próximo governo na área de transportes: eliminar os gargalos logísticos provocados sobretudo pela saturação da infraestrutura do Sul e Sudeste, priorizando o escoamento da produção pela região Norte, utilizando todo o potencial hidroviário da região e unindo as bacias hidrográficas da Amazônia com as do Sudeste (Paraná-Paraguai e Tietê-Paraná)”, diz.

Com três bunkers para a Transpetro, o estaleiro Superpesa planeja ampliar o nicho de atuação para a construção de comboios para transporte em hidrovias. Segundo o assessor da presidência, Paulo Oliveira, este setor sofrerá intenso desenvolvimento nos próximos 10 anos, em diversas bacias hidrográficas nacionais, e a Superpesa espera participar ativamente deste crescimento. Ele explica que como as instalações são novas, o investimento está voltado para obras complementares, equipamentos para automação, treinamento de mão de obra, e aperfeiçoamento da gestão da planta industrial.

“Não resta dúvida de que a ação governamental é fundamental para diversificar a matriz de transporte nacional, não só como fornecedora de recursos financeiros e facilidades fiscais, mas, acima de tudo, como indutora de processos sustentáveis de crescimento econômico, principalmente no interior do país, com o impulso ao transporte hidroviário e ferroviário”, avalia Oliveira. “O Brasil histórico está demasiado centrado em seu litoral e apoiado em caminhões. É preciso interiorizar o crescimento, tirando partido do fantástico potencial de nossos recursos naturais.”

O estaleiro Detroit Brasil também aposta no aumento das encomendas com a abertura de hidrovias. Atualmente, iniciou a construção de embarcações de grande porte para o setor offshore, mais especificamente PSV, para suprir a empresa coirmã Starnav Serviços Maritimos Ltda., que irá operar estas embarcações. “A abertura das hidrovias, embora tardia para o país, é muito importante para o Brasil e para a indústria naval nacional, e para o Detroit, por se tratarem de empurradores e barcaças fluviais, está totalmente dentro do nosso foco de construção”, acrescenta Josuan Moraes Junior, superintendente comercial.

 

Planta será próximo a Araçatuba

Estaleiro Rio Tietê construirá nova frota hidroviária para a Transpetro, no Promef Hidrovia

A Transpetro concluiu a negociação das propostas comerciais para a construção de 20 comboios de empurradores e barcaças, recebidas para o Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) Hidrovia. A obra caberá ao novo Estaleiro Rio Tietê, projeto do consórcio formado pelas empresas Rio Maguari S.A., SS Administração e Estre Petróleo, que venceu a licitação e irá construir a nova frota hidroviária por US$ 239,1 milhões (R$ 432,3 milhões).

O próximo passo da licitação é a assinatura do contrato, prevista para outubro. O novo estaleiro, às margens da hidrovia Tietê-Paraná, será construído na cidade de Araçatuba (SP). As obras do estaleiro começarão no início de 2011 e a nova frota de 20 comboios já começará a ser entregue a partir do último trimestre do próximo ano.

O projeto da hidrovia, integrante do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prevê que, a partir de 2013, a Transpetro faça o transporte fluvial de etanol. A operação demandará a construção de 20 empurradores e de 80 barcaças. Cada comboio será formado de quatro barcaças e um empurrador, com capacidade para transportar 7,6 milhões de litros. Quando totalmente operacional, o volume anual transportado deverá chegar a quatro bilhões de litros.

A operação dos novos comboios hidroviários integra o Programa de Logística Integrada de Escoamento de Etanol da Petrobras, que inclui, ainda, a construção de novos dutos, centros coletores e terminais.

A geração de empregos é uma das características mais marcantes do Promef Hidrovia. A projeção é que surjam 500 empregos diretos e dois mil indiretos, em média, na construção do estaleiro. No pico das obras, os empregos diretos com a construção chegarão a 700. A operação do estaleiro demandará 300 trabalhadores em média, com a geração de mais 1,2 mil empregos indiretos. Já os comboios gerarão 400 empregos diretos e 1,6 mil indiretos na operação.

A construção da nova frota hidroviária da Transpetro seguirá as premissas fundamentais do Promef: fabricação no Brasil, conteúdo nacional de 70% e competitividade internacional do estaleiro após a curva de aprendizado. A licitação foi aberta a estaleiros já instalados e também a unidades a serem instaladas para a disputa, os chamados ‘estaleiros virtuais’.

A hidrovia Tietê-Paraná levará o etanol produzido nas regiões Centro-Oeste e Sudeste para a Refinaria de Paulínia (Replan) e, de lá, por dutos, atingirá diversos terminais, incluindo os de São Sebastião (SP) e de Ilha D’Água (RJ), de onde será possível exportar o produto. A redução de custo de logística permitida pelo modal hidroviário possibilitará ao etanol brasileiro disputar mercados internacionais de forma mais competitiva.

O transporte do etanol pela hidrovia substituirá o equivalente a 40 mil viagens de caminhão por ano, com ganhos ambientais, econômicos e de segurança. O transporte hidroviário emite um quarto do CO2 e consome 20 vezes menos do combustível utilizado pelo rodoviário para uma mesma carga e distância.

Mais de 30 estaleiros nacionais e internacionais foram convidados a participar da licitação. A Comissão de Licitação analisou as propostas técnicas, que contemplam itens de performance como velocidade, capacidade de carga e de manobra, além da apreciação dos métodos construtivos e cronogramas propostos. A análise técnica levou 40 dias e foi seguida pela abertura das propostas comerciais.

Na licitação, o Consórcio Rio Maguari, SS Administração e Estre Petróleo apresentou o menor preço, seguido pelos Estaleiros Unidos do Rio Tietê (consórcio formado pela SPI Astilleros e Superpesa Industrial Ltda.) e pelo consórcio formado pela Intecnial S.A. e NM Engenharia e Construções Ltda.

 

 



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