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OSX inicia obras do estaleiro UCN no Complexo Industrial do Superporto do Açu. Obras já começaram e devem ficar prontas em 2014


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Após a liberação da licença de instalação, emitida no último dia 22 de junho, a OSX iniciou as obras para a construção da sua Unidade de Construção Naval (UCN) na área do Complexo Industrial do Superporto do Açu, em São João da Barra, no norte do estado do Rio de Janeiro.

No local, uma equipe de topógrafos faz a marcação de pontos geográficos para a delimitação do terreno. A companhia também já iniciou o afugentamento de fauna e a supressão de vegetação para, então, dar início à terraplanagem.

A OSX prevê investimentos de cerca de R$ 3 bilhões, dos quais R$ 2,7 bilhões serão provenientes do Fundo da Marinha Mercante. “Pretendemos conseguir essa liberação em 180 dias”, estima o diretor da UCN, Eduardo Musa. O orçamento da companhia prevê a finalização do parque para 2014. “Nosso cronograma mostra um prazo otimista de 30 meses para concluir o estaleiro. Consideramos um prazo de 34 meses uma média viável e 37 meses seria o mais tarde, mas esse orçamento é destinado para a fase de 30 meses”, explica

O estaleiro está sendo construído para processar 180 mil toneladas de aço por ano e com capacidade de integração de 220 mil toneladas anuais. “Vamos criar uma estrutura de suprimento, para fazer escada, guarda-corpo, enfim, estruturas menores que agregam 40 mil toneladas/ano no nosso estaleiro”, explica. Mas a companhia não descarta uma expansão de até 500 mil toneladas por ano em uma segunda fase. “Temos uma área adicional de 600 mil metros quadrados já prevendo uma expansão nos próximos dez anos, que vai depender basicamente da demanda”, diz Musa. Juntamente com o aumento da capacidade de processamento de aço, o cais da UCN também poderá sofrer ampliações. Inicialmente previsto para 2,4 mil metros de extensão, a frente de cais tem potencial de expansão de até 3,52 mil metros. Em sua versão ampliada, a unidade poderá integrar até 11 FPSOs e construir oito WHPs simultaneamente.

O estaleiro contará com aproximadamente 106 pontes rolantes — a maior delas terá capacidade de 350 toneladas —, um dique seco de 130x480 metros equipado com guindaste de 1,6 mil toneladas, máquinas de jateamento e tratamento de chapa, paineleiras, equipamentos de solda robotizada e bugs de cargas com capacidade de até 1,5 mil toneladas para realizar o transporte de painéis entre os galpões. A área de montagem de módulos para os FPSOs terá cerca de 10 guindastes de torre fixos. Haverá ainda guindastes de alta capacidade de esteira para a área de montagem de jaquetas.

Os três prédios administrativos do estaleiro da OSX — edifício central, refeitório e centro de treinamento — estão sendo planejados de acordo com requisitos que visam a obtenção da certificação Leed (Leadership in Energy and Environmental Design). O reconhecimento é concedido pelo Conselho Norte-Americano de Construção Sustentável em razão das metas sustentáveis de engenharia para construção e utilização das instalações. A companhia busca o certificado na modalidade Multiple Building, referente à certificação conjunta de prédios de um mesmo empreendimento, inédito no país. A iniciativa, segundo a companhia, trará benefícios para o empreendimento, como economia de 30% a 35% no consumo total de energia e melhoria do gerenciamento de riscos.

A Hyundai Heavy Industries (HHI), que tem participação de 10% na UCN, será responsável pela tecnologia de ponta e pela transferência de know how e treinamento para o estaleiro. O projeto também foi concebido pela HHI. Já a engenharia de detalhamento foi feita pela empresa projetista brasileira EPC. “Trouxemos seis coreanos que trabalharam na concepção do estaleiro. Eles estão na EPC há um ano e ficarão lá até o final do projeto”, afirma Musa. Com o início da construção, mais 20 sul-coreanos acompanharão as obras. Além disso, também serão responsáveis pelo treinamento de supervisores. Paralelamente, cerca de 80 supervisores brasileiros serão treinados na Coreia do Sul. Cada grupo, composto por 40 pessoas, passará quatro meses no estaleiro da Coreia. “Eles vão nos ajudar a gerenciar e colocar o estaleiro para funcionar nos primeiros cinco anos”, diz Musa.

Além destes profissionais, a OSX também pretende qualificar até 3,1 mil pessoas em 23 funções, como soldadores, montadores, eletricistas e mecânicos, até o final de 2012. A companhia assinou no último dia 1º de julho com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) um convênio visando à capacitação da mão de obra que atuará no estaleiro. Para a seleção de pessoal, serão escolhidas 20 mil pessoas das regiões de Campos, São João da Barra, Quissamã e Macaé.

Musa explica que em uma primeira filtragem, por  preenchimento de currículo, este número será reduzido para 10 mil. Após mais uma etapa de seleção em que se chegará a cinco mil pessoas, será aplicada uma prova e, então, escolhidos os 3,1 mil participantes. “Todo esse processo de seleção leva um tempo. Até o final do ano, eles [Firjan e Senai] estão em processo de seleção e preparação do material didático para esses cursos, que começarão efetivamente no início de 2012”, comenta. Segundo estimativas da OSX, em 2014 a companhia contará com cerca de 10 mil funcionários.

A UCN tem como foco construção, montagem e integração de unidades de Exploração e Produção, como plataformas de produção fixas e flutuantes e sondas de perfuração. “O estaleiro tem basicamente um perfil offshore, mas teremos também no nosso portfólio PLSV e navios em geral”, destaca Musa. A OSX atenderá em especial à OGX, que estima uma demanda de 48 unidades de produção para suportar sua base de crescimento nos próximos dez anos.

Mas, segundo Musa, apesar de já ter uma carteira de encomendas de sete pedidos da OGX — cinco FPSOs e duas WHPs —, a OSX tem perspectivas de outros negócios. “Como o estaleiro tem uma capacidade de produção muito grande, já antevemos vários slots que podemos oferecer ao mercado. Seremos o maior estaleiro das Américas e a nossa pretensão é sermos a solução para qualquer empresa de óleo e gás que opere no Brasil”, declara o executivo. A companhia já está inclusive em negociação com algumas empresas. “A Petrobras fez uma licitação para fornecer navios de 47 mil toneladas de deslocamento e a empresa que ganhou 11 desses navios está negociando conosco. Nós também estamos em negociação com a empresa que ganhou os barcos PLSV da estatal”, destaca o diretor.

A OSX já tem sua primeira unidade flutuante de produção, armazenamento e descarga de óleo e gás. Adquirida no início do ano passado, a FPSO OSX-1 teve sua customização finalizada em Cingapura no final do mês de julho. O início de operação na Bacia de Campos está previsto para o próximo mês de outubro. “A OGX tinha necessidade de colocar alguns campos em produção o quanto antes, fazer testes de longa duração, e não haveria tempo hábil de construirmos o estaleiro e a primeira unidade. Então, compramos no mercado um FPSO que tinha acabado de ser construído e o adaptamos às nossas condições de óleo, lâmina d’água e temperatura”, explica Musa.

A companhia já assinou contrato com a SBM Offshore para a construção do FPSO OSX-2 e, no início do ano, recebeu os dois navios irmãos do tipo VLCC (Very Large Crude Oil Carriers), adquiridos no ano passado, para conversão em futuros FPSOs. A companhia também assinou carta de intenções com empresa Techint, para construção de duas plataformas WHPs, adequadas para águas rasas.

 






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