RIO - A América Latina foi a região que mais viu crescer as negociações de ativos de exploração e produção (E&P) de petróleo e gás em 2010. Os resultados preliminares do IHS Herold 2011 Global Upstream M&A Review mostram que as companhias nacionais da China foram as responsáveis pela expansão do volume de ativos negociados na América Latina na área de E&P, que atingiu US$ 29 bilhões, representando 18% do total do mundo, contra apenas 3% em 2009.
Segundo os dados preliminares, as empresas nacionais chinesas aumentaram sua participação na exploração e produção nas Américas, “inclusive ganhando acesso às imensas reservas brasileiras no pré-sal”.
As transações envolvendo ativos de exploração e produção de petróleo e gás em todo o mundo atingiram o recorde de US$ 107 bilhões em 2010 um aumento de 160% em relação aos valores de ativos negociados em 2009, valor puxado pelas companhias nacionais.
Em termos de fusões e aquisições na área de E&P, o total global subiu US$ 16 bilhões no ano passado, passando para US$ 160 bilhões, embora não tenha havido fusões corporativas superiores a US$ 10 bilhões em 2010.
“Em 2010, muitas companhias se reestruturaram, mudaram o foco ou expandiram seus portfólios”, disse, em nota, Christopher Sheehan, diretor de pesquisa de fusões e aquisições do IHS. “As companhias nacionais de petróleo viram a oportunidade de negociar grandes ativos, numa estratégica expansão de seus recursos naturais globais”, acrescentou, lembrando que o preço em alta das ações tornou a busca por aquisições corporativas mais cara.
Na região da Ásia-Pacífico o valor das transações mais que triplicou, para US$ 18 bilhões, enquanto a atividade ficou igual ou menor na Europa, África, Oriente Médio e nos países que formavam a antiga União Soviética.
Outro destaque ficou por conta das negociações envolvendo reservas não convencionais, que representaram mais de um terço do total global do valor de transações em E&P, ou US$ 57 bilhões em 2010, contando também as fusões e aquisições.
“As areias betuminosas canadenses foram mais atraentes para os investidores internacionais”, disse Sheehan.
As empresas nacionais (NOCs) e os fundos soberanos aumentaram dramaticamente as aquisições de ativos globais de E&P para alimentar o rápido crescimento das suas economias em 2010. No total, as NOCs e os fundos soberanos responderam por US$ 32 bilhões, ou 20% do total gasto em fusões e aquisições no ano passado. O total negociado pelas NOCs da China subiu de US$ 14 bilhões em 2009 para US$ 26 bilhões no ano passado.
(Fonte: Valor Econômico/Rafael Rosas)
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