A Agência Nacional do Petróleo (ANP) identificou, em um pente-fino realizado no setor, "mais de uma dezena" de áreas unitizáveis no país - reservas de petróleo adjacentes a blocos exploratórios já licitados. A diretora-geral, Magda Chambriard, afirmou ontem que duas destas áreas são passíveis de licitação por conta do tamanho das reservas.
Os dois casos mencionados pela diretora receberam apelidos dos técnicos da ANP. O primeiro, o "gato do mato", está no polígono do pré-sal da Bacia de Campos. O bloco é operado pela Shell em contrato de concessão. "O corpo do 'gato' está concedido e o 'rabo do gato', por corresponder a mais ou menos 30% do volume total, está numa área aberta", disse Magda em breve passagem pelo Senado para manifestar apoio à indicação de Aurélio Cesar Amaral para assumir o cargo de diretor da ANP.
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A segunda unitização citada está na Bacia de Santos, chamada informalmente de "carcará". A área margeia parte do Bloco BMS-8, operado pela Petrobras em pareceria com outras empresas. "Aproximadamente, meio a meio está dentro do bloco e meio a meio fora do bloco", afirmou a diretora.
Magda defendeu a oferta das duas áreas em leilão. "Pelo seu porte, nós da ANP estamos nos posicionando como áreas que precisam ser licitadas", disse. O leilão de áreas unitizáveis é uma das apostas para destravar US$ 120 bilhões de investimentos no setor.
Para os outros casos de unitização, a ANP avalia que não demandam uma licitação. "Nas demais áreas, estamos olhando com mais cuidado, porque, sendo pequenas e muito pequenas em relação ao conjunto de toda área contratada, muito dificilmente vamos poder licitar por falta de interesse comercial", explicou Magda.
Atualmente, a ANP avalia o potencial de cada área para produzir uma nota técnica a ser remetida ao Ministério de Minas e Energia. Tal manifestação será usada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) para dar a "última palavra" sobre o que licitar ou não.
Fonte: Valor Econômico\Por Rafael Bitencourt | De Brasília