A 11ª Rodada de leilão de blocos de petróleo deverá acontecer até novembro deste ano para áreas marítimas fora do polígono do pré-sal e blocos em terra. A informação foi dada ontem pelo diretor-geral da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Haroldo Lima, durante palestra na abertura do evento ANP Itinerante que começou ontem e termina amanhã, no hotel Ilha do Boi, em Vitória.
Apesar de decidir pela oferta de blocos marítimos somente no litoral do Nordeste e região do Solimões, a ANP apresentará no estudo blocos em terra em vários Estados, inclusive no Espírito Santo. Serão ofertados blocos em terra, águas rasas, profundas e novas fronteiras.
Todo o levantamento sobre os blocos que serão colocados em leilão já foi feito pelos técnicos da ANP, segundo Lima. “Nós acreditamos que na primeira reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para o dia 29 de junho, a questão da próxima rodada seja discutida e avaliada pois faz parte da pauta”, explicou o diretor da Agência de Petróleo. A reunião de junho será a primeira do CNPE neste ano.
A decisão da ANP foi de incluir entre os blocos a serem oferecidos, somente os localizados no mar acima do recôncavo baiano. Isso porque abaixo do recôncavo já está localizado o polígano do pré-sal, que vai de Santa Catarina até o do litoral do Espírito Santo.
Como o governo federal, no primeiro semestre do ano passado, decidiu encaminhar ao Congresso Nacional os quatro projetos que compõem o novo marco regulatório do pré-sal, a orientação do próprio CNPE foi para que a agência reguladora não colocasse em leilão nenhum bloco do pré-sal ou confrontante com blocos da região de nova fronteira.
Haroldo Lima explicou que uma grande parte dos blocos que poderão ser ofertados na 11ª Rodada, caso o CNPE aceite todas as sugestões apresentadas pela ANP, são os que não foram leiloados na Oitava Rodada, que foi suspensa em 2007 quando poucos blocos haviam sido arrematados. “Uma parte dos blocos da Oitava Rodada não foi licitada e deixou de existir, mas outra parte foi incluída nesta 11ª Rodada”, explicou Lima.
Segundo informação do diretor técnico da ANP Victor Martins, que também participou do seminário de ontem, depois que o CNPE autoriza a realização de nova rodada, há prazos legais a serem cumpridos e procedimentos a serem tomados. “Tudo isso leva de quatro a cinco meses. Por isso, acreditamos que será possível realizar o leilão até final de novembro, caso seja autorizado pelo CNPE”, acrescentou Martins.
O evento ANP Itinerante continua hoje e amanhã, no hotel Ilha do Boi, de 8 às 17 horas, e é aberto ao público. Técnicos da ANP estão em Vitória e esclarecem dúvidas sobre qualidade do combustível, legislação e falam sobre outros assuntos de interesse desta área.
Recorde
733 mil barris
Apesar da importação de gasolina, em março a Petrobras bateu recorde de exportações de petróleo bruto, com um pico de 733 mil barris em um dia, segundo o diretor de Abastecimento e Refino da estatal, Paulo Roberto Costa . O recorde anterior havia sido de 600 mil barris em um dia de 2008.
Exploração da Shell surpreende
O Parque das Conchas, no Litoral Sul do Espírito Santo, é a primeira área petrolífera do país operada por uma companhia estrangeira, a Shell, a produzir mais do que áreas operadas pela Petrobras. Somente o campo de Ostra produziu, no mês de março, 73 mil barris por dia, enquanto que o campo de Golfinho, no Norte, produziu 49,4 mil barris por dia e no campo de Jubarte, próximo ao de Conchas, no Sul, a produção foi de 45,7 mil barris por dia.
O desempenho do campo de Ostra, no Parque das Conchas (antigo BC-60), cuja produção teve início no segundo semestre do ano passado, surpreendeu até mesmo a Shell, que é a operadora do bloco e tem 50% de participação, e que tem, ainda, a participação da Petrobras (35%) e da estatal indiana ONGC (15%).
Em relação ao plano de produção apresentado pela Shell à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a produção no Parque das conchas apresentou um crescimento de 250% no primeiro mês de atividade. A operadora foi convocada pela ANP para explicar o crescimento acentuado em relação ao que havia sido proposto no planejamento.
Conforme a direção da ANP, a explicação da Shell foi de que o volume de 73 mil barris de petróleo por dia foi alcançado, em março, no campo de Ostra, em função do empenho técnico da empresa e, também, das boas condições do reservatório.
Até o final de 2011, deverão entrar em operação os campos de Abalone e Argonauta, no mesmo parque, além de outros campos no Parque das Baleias e campos próximos a esses dois parques. Segundo dados da ANP, o total de petróleo produzido no Estado já atingiu o máximo de 220 mil barris por dia, em março. Este volume era esperado para o final de 2010.
Até o final deste ano, a expectativa é de que os campos no Espírito Santo cheguem a uma produção de 280 a 300 mil barris por dia, com a entrada em operação da plataforma P-57, no Parque das Baleias. Os dados da ANP mostram que o Estado e os municípios capixabas já receberam, desde 1997 até hoje, cerca de R$ 2,47 bilhões em royalties e participação especial.
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Fonte:A Gazeta Vitória(ES)/Denise Zandonadi