Barreiras legislativas

Argentina busca mais cooperação com a indústria naval brasileira. Novos acordos ampliarão competitividade, aposta FINA - A Argentina busca novas formas de cooperação com a indústria naval brasileira. O presidente da Federação da Indústria Naval Argentina (FINA), Juan Antonio Torresin, defende acordos bilaterais para destravar as resistências normativas que impedem a maior participação de empresas argentinas desse segmento no mercado brasileiro. Ele sustenta que a Argentina pode
colaborar para dar competitividade à indústria naval brasileira.

— O problema que estamos encontrando para essa colaboração ser mais realista é que a legislação brasileira é muito fechada. Não encontramos caminhos para fazer essa colaboração mais efetiva — afirmou Torresin durante a 10ª edição da Navalshore, que ocorreu entre 13 e 15 de agosto, no Rio de Janeiro.

Na ocasião, ele enfatizou que a Argentina pode contribuir para evitar o aumento dos gargalos da indústria naval brasileira causado pelo incremento nas demandas. Uma das opções seria ampliar a produção de peças para novos navios, sobretudo componentes que o Brasil não produz em quantidade suficiente.

Outra colaboração, segundo Torresin, seria o uso de mão de obra qualificada, como já acontece em alguns estaleiros brasileiros que contrataram engenheiros argentinos. “Temos conversado com o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) para algum tipo de parceria para prover navipeças e componentes de navios”, revela.

Desde 2008, a FINA possui acordo de cooperação com o Sindicato Nacional da Indústria da Construção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval). A parceria busca integração produtiva e intercâmbio de tecnologias na construção naval e na indústria fornecedora de sistemas e equipamentos, a fim de ampliar as opções dos estaleiros brasileiros em suas atividades.

Torresin sugere que Brasil e Argentina desenhem um modelo de parceria semelhante ao que aconteceu no setor automotivo. “O Brasil hoje está tendo necessidade muito grande de apoio para sua indústria naval como, há 15 anos, tinha o setor automotivo. Teremos capacidade disponível para poder ajudar esta conjuntura que está passando o Brasil. E, através de um acordo bilateral, os dois países podem potencializar isso”, avalia Torresin.

Durante a abertura da Navalshore 2013, o subsecretário de Portos e Vias Navegáveis da Argentina, Horacio Tettamanti, revelou que o país busca junto às autoridades brasileiras definir normas específicas para melhorar a competitividade da indústria naval Sul-Americana. “Associação e colaboração são o caminho mais inteligente que podemos eleger”, afirmou. Assim como no Brasil, o governo argentino possui planos de diversificar sua matriz de transporte, incentivando o modal hidroviário. O presidente da FINA acredita que as mudanças tornarão os preços da produção primária argentina mais competitivos em relação aos praticados atualmente.

Na província de Chaco, no nordeste argentino, a rentabilidade cresceu 8% somente por melhorias na logística. “A única forma que temos de aumentar a rentabilidade do nosso produto primário é melhorando os sistemas de logística. Não existe outra possibilidade”, enfatiza Torresin.

O presidente da FINA observa limitações na logística rodoviária e ferroviária, assim como a subutilização de hidrovias. Torresin cita a hidrovia do rio Mississipi, nos Estados Unidos, que é menor que a hidrovia Paraná-Paraguai, mas que possui tráfego de 25 mil barcaças, contra 2.500 barcaças na hidrovia Sul-Americana. “Cremos que essa é uma alternativa muito importante e que outros governos deveriam colaborar para que se utilize mais porque, sem dúvida, melhora o comércio e a vida das pessoas”, defende Torresin.



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