ANGRA DOS REIS - Nas últimas duas semanas houve cerca de 800 demissões no Estaleiro Brasfels, em Jacuecanga. A sensação de medo tomou conta dos metalúrgicos, pois a qualquer momento alguém pode estar sendo demitido. No entorno da portaria do estaleiro é sempre possível encontrar trabalhadores que aguardam um chamado para trabalhar.
O maior constrangimento vivido pelos metalúrgicos é na hora da entrada. Quando eles passam o crachá, a roleta emite dois sinais: caso apareça o vermelho, o trabalhador deve se dirigir imediatamente ao Departamento Pessoal (DP), para acertar as contas e ser demitido. Caso surja o sinal verde, significa que o metalúrgico está apto para continuar o seu trabalho normal. “Estou me sentindo em um reality show, onde quem manda é a catraca. Para nós que vivemos graças ao estaleiro, isso se tornou uma tortura e não sabemos ao certo quando vai parar”, relatou Jairo José da Silva, soldador da Brasfels.
Desde a última quinta feira, 26 de maio, um grupo de metalúrgicos demitidos está aguardando uma possível chamada, no entorno da portaria do estaleiro. “Sei que esse momento o trabalho está escasso, mas, não vamos desistir dele. Recebemos informações, que a qualquer momento poderemos ser chamados de novo, por isso estamos aguardando”, falou o soldador Moacir Braga.
O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Hélio Severino Azevedo, o Helinho, informou que está buscando junto à Brasfels mais obras, que garantam a manutenção e geração de mais empregos. “As obras estão acabando, mas eu tenho certeza que vamos conseguir mais. O acordo da linha do fronte está praticamente fechado e com ele concluído, podemos garantir um espaço maior para conseguir mais trabalhos da Petrobrás. Além disso, está para chegar a qualquer momento um navio para ser reformado. Assim poderemos chamar de volta os que foram demitidos e contratar mais. Essa é a luta do sindicato”, disse o presidente.
A equipe de reportagem do A Voz da Cidade procurou a Brasfels para maiores esclarecimentos. A empresa, por sua vez, solicitou que as perguntas fossem enviadas por e-mail, conforme foi feito. Ainda assim, a equipe de reportagem, até o fechamento desta edição, não recebeu resposta alguma.
Fonte:A Voz da Cidade
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