A determinação de governos regionais e de entidades empresariais da Itália em promover o que chamam de “internacionalização” de suas empresas e fortalecer a presença no Brasil tem o apoio do governo nacional do país. A vice-ministra italiana das Relações Exteriores, Marta Dassú, principal representante da Itália no Fórum Econômico que aconteceu ontem (22) em São Paulo, disse que há um interesse na América Latina de um modo geral, onde existem grandes comunidades italianas, e destacou que o Brasil é estrela de primeira grandeza nesse cenário.
No painel de encerramento de que participou ao lado do governador André Puccinelli e do presidente da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaff, a vice-ministra reforçou a ideia geral que permeou todo o evento, a de que no atual cenário de crise, a aproximação maior do empresariado vai trazer ganhos para os dois países.
Alguns acordos bilaterais assinados nesse encontro já direcionam como essa internacionalização pode acontecer na prática. Um deles visa garantir da Fiesp, principal entidade empresarial brasileira, suporte para a atuação no Brasil. Outro, amplia ações que o Sebrae já desenvolve com regiões italianas - e que resultou em projetos de sucesso em forma de colaboração entre 600 empresas do Norte do Brasil e 50 italianas, da região de Marche e de outras regiões. Nesse segundo caso, o foco são as pequenas e microempresas.
“Queremos focar nessas empresas, que precisam de assistência técnica para abordar o mercado brasileiro. O Sebrae é um grande parceiro e com a expansão dessa parceria queremos aumentar a relação de colaboração com todos que desejarem aplicar essa metodologia”, explicou o presidente da Região de Marche e um dos articuladores da missão italiana no Brasil, Gian Mario Spacca. “O Mato Grosso do Sul, por exemplo, tem grande possibilidade de colaboração com a Toscana e com Emilia-Romagna. Vamos começar esse trabalho, para acompanhar a pequena empresa”, afirmou Spacca.
O governador André Puccinelli, que testemunhou as assinaturas dos acordos bilaterais, afirmou que, além dessas, considera a própria região de Marche também com potencial, no setor metal-mecânico.
Além desses acordos, foram firmados um memorando de intenções entre o Ministério da Infraestrutura e Transportes da Itália e a Secretaria Especial de Portos do Brasil, e um acordo entre o Porto de Veneza e o Porto de Santos.
O presidente da Fiesp, Paulo Skaff, deixou uma mensagem de otimismo aos empresários e autoridades da Itália. “Estamos falando aqui de projetos de longo prazo. Uma crise, por mais cruel que seja, passa. E quando essa crise passar vamos estar mais próximos, por isso precisamos conhecer as oportunidades”.
Para Skaff, na Itália como no Brasil há problemas e há oportunidades. Se no país europeu os temores são da crise econômica, no Brasil há a potencialidade dos grandes eventos e a necessidade dos investimentos. “No Brasil, não faltam empresas com vontade e potencial. E acreditamos na cultura, na infraestrutura, no talento, na competência e na inovação dos italianos”, afirmou. O presidente da Fiesp propôs ainda que o intercâmbio não se limite ao campo econômico, mas alcance, por exemplo, o educacional, no qual a federação e todo o Sistema S brasileiro têm feito grandes investimentos.
Fonte:MS Notícias
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