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Cid: importante é que o Estaleiro Promar venha para o CE

O governador Cid Gomes já admite que o Estaleiro Promar Ceará não seja encravado no litoral de Fortaleza. Para ele, o importante é que o estaleiro venha para o Estado, independentemente do equipamento ser localizado na Capital ou no Interior. Segundo afirmou ontem ao Diário do Nordeste, ele não foi comunicado - oficialmente - sobre o estudo encomendado pela Prefeitura, porém, ressaltou que se, realmente, houver fundamento técnico, caberá à empresa, a partir de agora, a decisão definitiva do local para receber o polêmico empreendimento.
"Se tecnicamente esse estudo for aceito pela empresa, porque estudo você faz para todos os gostos, ou seja, se for um estudo consequente, sério e responsável, imagino que a empresa irá acolher. O importante é que seja no Estado do Ceará", opinou.
Cid afirmou, ainda, que continua a apoiar a vinda do equipamento para o Ceará, por ser um setor que tende a crescer no País, e em virtude dos 1.500 empregos diretos imediatos, além da perspectiva futura, segundo ele, da geração de 5 mil ou até 10 mil postos de trabalho. "A empresa procurou o Estado, que disse estar disposto a colaborar. Depois, procurou a Prefeitura de Fortaleza, que está apontando alternativas. Se a empresa concordar, ótimo. Vai ser bom para todo mundo".
Desenvolver o Interior
O governador não enxerga a provável saída do estaleiro da Capital cearense como algo negativo para a Cidade. "Ninguém, em momento algum, colocou como sendo questão de honra que seja feito aqui (em Fortaleza). Pelo contrário, eu sempre quis interiorizar o desenvolvimento. Tudo o que a gente pode levar para outras regiões, a gente leva porque, dessa forma, se estará trabalhando pela Região Metropolitana de Fortaleza (RMF), evitando o êxodo rural. Se você concentrar todas as oportunidades em uma região, ela nunca vai conseguir dar margem e todas as outras vão mudar para aquela. Isso é um fenômeno que a gente tem que impedir. Essa é uma política central do governo do Estado", assinalou.
Posição sobre opções
Sobre a análise das demais opções apontadas ou não pelo estudo como as melhores para abrigar o estaleiro, Cid manteve a posição inicial sobre as áreas ventiladas durante os vários meses de impasse sobre o assunto, resgatando, assim, a preferência pela Capital. "Ao que me consta, a rigor, Camocim, por exemplo, tem calado de 3 metros de profundidade, portanto, não atende. Em Aracati, no Rio Jaguaribe, o calado é de 5m. O Pecém é off shore, não é em terra, um estaleiro precisa de uma profundidade, mas também de uma área onde você possa construir o navio. Ele tem que ser construído em terra firme e depois tem que sair pelo mar com profundidade de 8m". Já, o Porto do Mucuripe, em Fortaleza, é uma das poucas áreas do nosso litoral que tem um calado de 8 a 10m próximo do continente. Então vamos ver, ou melhor, a empresa vai ter que ver. A palavra agora está com ela", pontuou.
O que eles pensam
Divergência de opiniões é mantida
Todo estaleiro tem que estar atrelado a uma área portuária próxima, porque 99% do que se utiliza nele vem por meio flutuante. Com isso, já restringimos as opções ao Mucuripe e ao Pecém, que é um porto off-shore [em alto mar]. A menor profundidade é de 15 metros. Construir em um porto off-shore é fora de propósito, pois você não vai aterrar um calado de 15 metros. Você pode colocar, no Pecém, em área costeira, mas o custo também é alto. O Titanzinho já possui a profundidade adequada.
Erasmo Pitombeira
Presidente da Cearáportos
Essa questão inviabiliza de vez o estaleiro no Ceará, porque no Pecém o custo é tão elevado que chegaria, pelos cálculos, a R$ 1 bilhão, e esse investimento é privado. Então, se o empresário que ganhou a licitação pode instalar o estaleiro em qualquer lugar do País a 1/5 desse valor, ele não vai construir por R$ 1 bilhão. Na próxima semana, teremos uma audiência, porque a comunidade do Pirambu tem interesse em que seja construído lá. O grande problema é o prazo, que é muito curto.
NELSON MARTINS
Deputado Estadual
O argumento que o empreendedor utiliza para dizer que o Pecém é inviável é de natureza econômica. Do ponto de vista do planejamento territorial e da proximidade da atividade industrial seria o local mais adequado, desde que fosse viável economicamente. Se for comprovada essa viabilidade, todos esses fatores se somam a essa localização. Mesmo sendo um pouco mais caro, seria indicado instalar no Pecém, mas se o estudo diz que é mais barato, é mais um motivo para se implantar lá.
ODILO ALMEIDA
Presidente do IAB/CE

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/ILO SANTIAGO JR.






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