Empresa de logística mais que dobrou volume transportado desde o IPO, em 2007, e espera crescer ainda mais com portas-contêineres
Prestes a tirar do estaleiro o primeiro de seus sete grandes navios em construção no Brasil, a Log-In chegou a quase 160 mil contêineres transportados em 2010. O volume é mais do que o dobro do que a companhia de logística, que tem a Vale como maior acionista, transportava em 2007, quando abriu capital e deixou de ser um braço da mineradora.
Com investimentos de R$ 1,3 bilhão até 2013, a empresa começará este ano a elevar ganhos com ativos próprios e aposta na descentralização econômica para ganhar mercado.
A Log-In pretende iniciar até março a operação do porta-contêiner Jacarandá, com capacidade de até 2.800 TEUs (medida equivalente a um contêiner de 20 pés), que está em fase de acabamento no Estaleiro Ilha S/A (Eisa), na zona norte do Rio. O gigante de 10 mil toneladas, o primeiro produzido no País em 15 anos, será empregado na rota Sul-Amazonas, mercado estratégico para a empresa pelo crescimento da produção industrial da Zona Franca de Manaus.
O início da operação da frota própria de grandes porta-contêineres abre uma nova fase para a Log-In, que começará a reduzir os custos com afretamento de embarcações. Em 2009, a empresa gastou R$ 15,6 milhões no arrendamento de cinco navios. Além do Jacarandá, um navio próprio de mesmo porte, o Jatobá, também vai para o mar este ano, mas no segundo semestre.
Além de cinco porta-contêineres, que custam cerca de R$ 150 milhões cada, a empresa tem encomendados no Eisa dois graneleiros para o contrato de transporte de bauxita firmado com a Alunorte, iniciado em janeiro de 2010 com navios fretados. Os investimentos contam com financiamento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Crescimento acelerado. À frente da empresa há seis meses, depois de passar pela Fosfértil, o diretor-presidente da Log-In, Vital Jorge Lopes, prevê a manutenção do crescimento acelerado da companhia, dada a demanda reprimida do transporte de cabotagem no País. Segundo ele, apesar dos custos inferiores aos do modal rodoviário, apenas 14% do volume potencial de produtos que poderiam ser transportados em contêineres são absorvidos pelo segmento no Brasil.
"Ainda não operamos os ativos dos nossos sonhos, que vão dar maior retorno, mas dedicamos essa primeira fase da empresa a construir um mercado. Leva tempo, mas estamos conseguindo. Há uma questão cultural, que aos poucos se reduz. Quanto mais capacidade temos, mais temos demanda", diz Lopes, citando a crise mundial como único tropeço nos três anos da empresa. Custou um prejuízo de R$ 6,6 milhões em 2009.
Quando todos os navios da Log-in em construção estiverem em operação, em 2013, a empresa terá triplicado a sua capacidade atual, estima o diretor de operações Rômulo Andrade. Focada principalmente no mercado interno, a empresa tem na rota Buenos Aires-Fortaleza seu carro-chefe, passando pelos principais portos do País.
O desafio, explica Andrade, é equilibrar o uso de capacidade nas rotas. Do Sul, que ainda concentra a produção industrial, para o Norte, os navios partem com mais de 80% da capacidade. No sentido Sul, a ocupação cai para entre 50% e 60%. Por isso, a empresa busca agora mais clientes nos Estados do Norte e do Nordeste.
Fonte:Alexandre Rodrigues - O Estado de S.Paulo
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