Do Rio - A entrada da Queiroz Galvão e da Barra Energia no pré-sal da bacia de Santos, mesmo com participação minoritária e em áreas operadas pela Petrobras, faz delas as primeiras empresas brasileiras a ter um naco no chamado "polo" de Santos. É como ficou conhecida a área ao redor das descobertas do campo gigante de Tupi.
As outras brasileiras que têm porte suficiente para a empreitada são a HRT e a OGX. Mas a primeira só tem concessões em terra no Brasil e vai perfurar o pré-sal na costa africana, mais precisamente áreas offshore na Namíbia. A OGX não tem áreas dentro do perímetro legal estabelecido como o pré-sal brasileiro. Mas conta com blocos em águas rasas nas bacias de Campos e Santos com potencial para o pré-sal. A empresa ainda vai fazer mais estudos para avaliar.
A legislação brasileira prevê que qualquer concessão compreende toda a área do bloco, não importando a profundidade. Isso significa que a concessionária pode furar até chegar à crosta terrestre. Os dados considerados oficiais indicam que o pré-sal se estende por 149 mil quilômetros quadrados, dos quais apenas 41,772 mil já foram concedidos. Quem tem concessão para explorar esses 28% já concedidos - a maioria adquirida antes da nova lei e das descobertas dos campos gigantes da Petrobras, BG, Repsol e Galp - têm o direito de explorar até uma profundidade sem limite, no pós ou no pré-sal.
Os 72% só serão concedidos sob o novo regime regulatório, a partilha de produção, que prevê a Petrobras como única operadora, com participação mínima de 30% e que ainda está em fase de regulamentação. O bloco no qual Queiroz e Barra (controlado pelos fundos de investimentos First Reserve Corporation e Riverstone Holdings) se tornaram sócias é BM-S-8. As duas empresas compraram da Shell cada uma 10%. Na área foram descobertos os reservatórios Bem-Te-Vi e Biguá e existe a possibilidade de comunicação com um reservatório de outro bloco, o Abaré Oeste, que está em outro bloco, o BM-S-9. Mas isso só o futuro dirá.
Atualmente, suspeita-se no mercado que tanto os blocos BM-S-8 quanto o BM-S-21 não estejam localizados na área mais atraente do polo de Santos. Um relatório do Credit Suisse sobre a aquisição ressalta que não os dois nunca foram considerados uma área mais nobre do polo.
(Fonte:Valor Econômico/CS)
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