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Companhias reforçam atuação em petróleo e gás

Energia, petróleo e gás são alvo de investimentos de monta das grandes companhias espanholas no Brasil. Enquanto o país está no foco do crescimento das reservas e da produção da Repsol YPF nas próximas décadas, a direção do Grupo Gás Natural Fenosa Brasil que opera na distribuição de gás no Rio e São Paulo, está propondo que a empresa entre na geração de energia.
Para financiar sua parte nos investimentos no pré-sal a Repsol YPF planeja abrir o capital da empresa no Brasil por meio de uma oferta pública de ações. Os detalhes da operação ainda não são conhecidos. Em entrevista recente, o presidente da Repsol, Antonio Brufau, disse apenas que a intenção é oferecer cerca de 40% da filial brasileira a investidores em ações no mercado local. "O crescimento no Brasil pode passar por uma diluição da participação no mercado acionário brasileiro. A estratégia é compartilhar esse crescimento de valor da companhia no Brasil", afirma o presidente da Repsol no país, Javier Moro.
Bruno Armbrust, presidente do Grupo Gás Natural Fenosa Brasil, diz que a empresa propôs que o plano estratégico para 2010-2014 aprecie a entrada da empresa no setor de energia, seja por meio de geração térmica em ciclo combinado ou pequenas centrais hidrelétricas (PCHs). Resta sabe se a proposta será aceita. A aprovação do plano acontecerá até julho.
A resposta poderá ampliar a atuação da companhia, maior operadora de gás natural liquefeito (GNL) na bacia do Atlântico, no Brasil. A Gás Natural, que em 2009 adquiriu a União Fenosa, já investiu R$ 2,6 bilhões em infraestrutura, modernização e expansão do sistema de distribuição de gás no país, onde tem hoje 800 mil clientes. No Rio de Janeiro, o grupo opera tanto a CEG, que tem a concessão para distribuição de gás na capital, como a CEG Rio, que distribui no interior do Estado. Em São Paulo a concessão da Gás Natural São Paulo Sul comemora dez anos em 2010. A atual previsão de investimentos é de R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos, valor que o plano estratégico pode incrementar.
Os ativos no Brasil representam 6,6% do Lajida (Lucro antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) da Gás Natural União Fenosa em 2009, que ficou em € 4,8 bilhões. Acrescentando-se os resultados da operação na América Latina, a participação no Lajida sobe para 23%, diz Armbrust. Segundo ele, o Brasil tem condições "excepcionais" tanto na economia quanto nas perspectivas de aumento da oferta e do consumo de gás natural. E com crescimento, o país vai precisar de mais energia.
Parte do gás que o Brasil vai produzir virá dos campos do pré-sal em que a Repsol YPF - acionista da Gás Natural - é uma das empresas europeias com participação relevante. A companhia é sócia da Petrobras nos gigantes Carioca, Iara, Guará e Júpiter, no pré-sal da bacia de Santos. A companhia tem planos de investir entre US$ 4 bilhões e US$ 5 bilhões no Brasil até 2014 e outros US$ 6 bilhões a US$ 9 bilhões virão entre 2015 e 2019.
Javier Moro diz que a descoberta do reservatório de Carioca, anunciada em 2007, foi um vetor de crescimento não só no Cone Sul como de todo o grupo Repsol YPF. "Carioca materializou todas as expectativas da Repsol com relação ao Brasil." A empresa tem participação em 21 blocos de exploração.

Fonte: Valor Econômico/ Cláudia Schüffner, do Rio


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