A Petrobras anunciou, há pouco, adoção da contabilidade de hedge. O professor Reginaldo Gonçalves, da Faculdade Santa Marcelina, não apreciou a mudança. Afirma que, com dívida líquida exposta de R$ 100 bilhões, a recente desvalorização do real traria perdas de R$ 10 bilhões.
E ensina: “A manobra levará a uma inversão de valores no resultado na ordem de R$ 7 bilhões possibilitando, inclusive, o pagamento de dividendos aos acionistas no segundo trimestre”.
Após chamar a técnica, embora prevista pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM), de “mágica”, acentua o economista: “Havendo grande valorização do câmbio em determinado período, o montante do ajuste poderá ser lançado no patrimônio líquido da companhia e reconhecido em até sete anos, prevendo que faturamento dos resultados positivos possa diminuir os efeitos negativos do reconhecimento da desvalorização da moeda nacional”.
Para ele, essa ação elevará o lucro e possibilitará o pagamento de dividendos para os acionistas – com destaque para a União. E conclui: “Os analistas já estão de olho nesse cenário e o reconhecimento da perda cambial ainda não refletida no resultado vai reduzir o patrimônio líquido contábil da empresa”.
Fonte: Monitor Mercantil/Sergio Barreto
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