Após nova reunião sem avanço, caberá a Luizianne e empresários decidirem sobre localização do estaleiro
Em mais uma rodada de indefinições, a terceira em que nada ficou acertado sobre a instalação do Estaleiro Promar Ceará, em Fortaleza, sobrou para a prefeita Luizianne Lins, o ônus político da vinda ou não de um empreendimento naval para o Estado. O governador Cid Gomes não mais deve tratar do assunto, pelo menos, em público, com a prefeita, a quem caberá manter a posição contrária ao empreendimento ou recuar e passar a apoiar o que já disse não fazer sentido para a zona urbana da Capital, ou seja, a instalação do estaleiro, na Praia do Titanzinho.
Na reunião de ontem, entre o governador Cid Gomes, o secretário de Infraestrutura da Prefeitura de Fortaleza e o assessor Municipal, Luciano Feijão e José Meneleu, respectivamente, com os empresários, sócios do empreendimento, Paulo Haddad (PJMR) e Valdomiro Arantes Júnior (STX Europe), não houve entendimento.
"A prefeita mantém a sua posição, (contra) que já é pública e agora, vamos aguardar por uma nova reunião, quando a prefeita voltar de viagem", resumiu Luciano Feijão, ao fim do encontro com o governador e sócios do Promar Ceará.
"Hoje, em Fortaleza, a gente só enxerga a localização do Titanzinho, como opção", ratifica Valdomiro Arantes.
Mais uma reunião
Sem alternativas apontadas por ambos os lados, a decisão do sim ou do não caberá mesmo à chefe do executivo municipal, a quem os empresários pretendem encontrar na quinta ou sexta-feira próximas, para, "mais uma rodada de esclarecimentos", conforme define Paulo Haddad. "Acreditamos que ao conhecer mais detalhes do projeto, ela (prefeita) possa mudar de ideia", aguarda o secretário estadual de Infraestrutura, Adail Fontenele, ao descartar outras opções de localização, a exemplo da área da Indústria Naval do Ceará (Inace), no Poço da Draga, como já chegou a sugerir Luizianne Lins.
Perdido um mês entre encontros e desencontros, o prazo para assinatura do contrato - 30 de junho próximo - vai ficando cada vez mais exíguo. "Não acredito que a prefeita tome uma decisão na próxima reunião, mas queremos tentar convencê-la de que aquela área é a melhor para o projeto", disse Arantes, sinalizando com prazo de apenas mais duas semanas para decidir os rumos do empreendimento. "O que preciso agora é equacionar os desconfortos para que os dois digam sim e avaliar se as divergências (entre Estado e Prefeitura) estão sendo contornadas. Acho que já andamos bastante, mas a medida em que as possibilidades vão se esgotando - A Inace, a foz do Rio Ceará -, vamos procurar outra área em outro Estado. E se o Ceará não tem interesse, e quem me disser isso primeiro estará me condenando a ir embora. Aquilo que não tem solução, solucionado está", concluiu Hadad.

Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO