A Petrobras já colocou em operação neste ano duas novas plataformas no pré-sal, mas fechou o primeiro semestre com uma queda de 4,4% no volume de petróleo produzido no Brasil, ante igual período do ano passado. Por trás das dificuldades da empresa de elevar sua produção em 2018, estão basicamente três fatores: o declínio da produção no pós-sal da Bacia de Campos, o programa de desinvestimento da petroleira e o aumento das paradas para manutenção de plataformas.
Tudo isso, porém, já era esperado pela estatal. Tanto que a empresa traçou para este ano uma meta tímida de produção: de 2,1 milhões de barris diários. A Petrobras acumulou na primeira metade do ano uma produção média de 2,074 milhões de barris/dia de petróleo no Brasil, um volume ligeiramente abaixo da meta e que não preocupa.
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No primeiro semestre, a companhia iniciou as operações de duas novas plataformas: a P-74, no campo de Búzios (Bacia de Santos), e a Cidade Campos dos Goytacazes, no campo de Tartaruga Verde (Bacia de Campos). Para o segundo semestre, a petroleira espera colocar mais quatro unidades em operação, mas os efeitos sobre a curva de produção só devem começar a ser sentidos de forma mais expressiva a partir do ano que vem.
Enquanto a empresa quebra recordes atrás de recordes no pré-sal, o pós-sal vem patinando. No primeiro semestre, foram produzidos, em média, 1,095 milhão de barris/dia na Bacia de Campos — o que representa uma queda de 14% ante igual período de 2017. Para conter o declínio, a estatal brasileira vem buscando parceiros para investir em projetos de revitalização de campos maduros.
A Petrobras já fechou um acordo com a Equinor (ex-Statoil), para o campo de Roncador, e negocia com a chinês CNPC uma parceria semelhante para o cluster de Marlim. Os projetos de recuperação desses campos, no entanto, ainda estão sendo estruturados e a estatal ainda não sinalizou quando começará a recuperar esses ativos.
A produção também vem sendo puxada para baixo pelas paradas para manutenção de plataformas. Ao todo, a Petrobras planejava 45 paradas programadas neste ano, praticamente o dobro do ano passado.
Por fim, também pesa sobre a curva e produção deste ano os desinvestimentos. Em junho, a petroleira brasileira fechou a venda de 25% de sua participação em Roncador, na Bacia de Campos, para a Equinor. O ativo é o terceiro maior campo produtor do país, segundo dados da Agência Nacional de Petróleo (ANP), de maio, com uma produção de 208 mil barris/dia. Ou seja, a partir de junho a Petrobras teve sua fatia de produção reduzida em cerca de 50 mil barris/dia com essa negociação.
A empresa também negocia uma série de outros ativos de produção, tanto em campos terrestres, em águas rasas e profundas. A expectativa, contudo, é que esses negócios só sejam concluídos entre fim deste ano e início de 2019, o que deve gerar efeitos sobre a produção da petroleira somente em 2019 — quando as novas plataformas do pré-sal previstas para este ano estarão justamente aumentando suas respectivas produções, que compensará os efeitos dessas perdas.
Fonte: Valor