Demanda por energia estimula investimentos

Fabíola Binas
SÃO PAULO - A indústria especializada na fabricação de bens de capital para a geração de energia - tanto as fabricantes geradores para setores como a construção civil, a hotelaria, varejo e segmento residencial até as que desenvolvem equipamento de grande porte voltados à hidroelétricas, por exemplo, - estão otimistas com o mercado brasileiro e planejam instalar novas plantas no Brasil, por conta da demanda ascendente prevista para os próximos anos. A Cummins Power Generation, por exemplo, apresentou desempenho satisfatório por aqui, quando em 2009 registrou faturamento de US$ 86,5 milhões no Brasil, um salto aproximado de 12%, em relação ao que foi visto no ano anterior. Para 2010, a perspectiva é de um crescimento de, pelo menos, 10% nos negócios.
Segundo analisou ontem, Fausto Ferrari, diretor da divisão Cummins Power Generation para o Cone Sul, o fato da crise econômica não ter afetado o Brasil como os outros países, favoreceu os negócios por aqui. Nos próximos anos, o executivo acredita que a demanda deve acelerar.
"O aquecimento no setor de infraestrutura por conta do PAC [Plano de Aceleração do Crescimento], aliado à futura realização da Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016 vão trazer oportunidade ao setor", analisou o diretor. Ele inclui, que especialmente, as obras do PAC e a Copa, já começam a gerar demanda, a exemplo do aumento no aluguel de grupos de geradores.
Ferrari revelou ainda, na ocasião em que apresentou os resultados do segmento de energia da Cummins, que a perspectiva positiva impulsionará o resgate de antigos planos do grupo. "Entre 2009 e 2010 estaremos retomando a análise dos investimentos para instalação de uma nova planta para a produção de geradores do Brasil, planos que haviam sido adiados por conta da crise ", comentou.
Neste ano, as apostas para aquecer os negócios da Cummins Generation, além dos geradores voltados às obras de infraestrutura, também estarão voltadas a outros setores, como o marítimo, com produtos destinados à embarcações marítimas, o segmento industrial, unidades móveis de transmissão, as telecomunicações e a área residencial.
Responsável por fornecer sistemas completos de geração de energia para demandas de diversos portes, a Cummins Power Generation apresentou em 2009 uma participação de 28% de market share no mercado interno, com maior expansão nas Regiões Centro-Oeste e Nordeste. Na área do fornecimento para outras montadoras de grupos de geradores ficou com 35% do mercado.
Rondônia
Também de olho nas oportunidades que surgem dentro do setor de energia brasileiro, a Alstom Brasil se prepara para dar conta dos contratos atuais e futuros. Um dos exemplos é a abertura hoje (18), da fábrica na região de Porto Velho (RO), resultado de uma parceria com a Bardella - empresa nacional de bens de capital com engenharia sob encomenda - para a construção da Indústria Metalúrgica e Mecânica da Amazônia (IMMA). "Esta unidade começa operando com a produção 100% voltada para os hidromecanismos de Santo Antônio", contou recentemente ao DCI, Marcos Costa, vice-presidente de Power da Alstom Brasil.
A parceria com a Bardella tem o objetivo de subsidiar os projetos de hidroeletricidade da Região Norte do Brasil, por meio do fornecimento de equipamentos hidromecânicos e de levantamento. Com investimento de R$ 90 milhões, a fábrica conta com 253 mil m² de área total e 33 mil m² de área construída. Equipada com máquinas operatrizes, área de caldeiraria, jato de granalha e pintura, a unidade terá capacidade de levantamento de 130 toneladas e produção de 12 mil toneladas por ano.
A indústria conta atualmente com 400 funcionários na primeira indústria de bens de capital da região Norte do País.
A cerimônia de inauguração contará com a presença do Ministro das Minas e Energias, Edison Lobão; do governador do Estado de Rondônia, Ivo Cassol; e do prefeito de Porto Velho, Roberto Eduardo Sobrinho
Costa explicou que a nova planta, não só atenderá a demanda de equipamento da Usina de Santo Antônio, como também possibilitará o atendimento à novos contratos que podem entrar nos próximos meses. "2009 foi mais tranqüilo, mas agora estamos prevendo um novo volume de projetos que vão entrar no mercado", contou o executivo. O projeto da usina hidroelétrica de Belo Monte, que deve ter a data do leilão marcada nesta semana, também está na mira da empresa que considera esta uma das principais oportunidades do ano. "Pretendemos apresentar propostas aos diversos consórcios concorrentes."
Outro foco de negócios para a Alstom é o fornecimento de equipamentos para segmento de energia eólica, no qual a empresa chegou a assinar um protocolo de intenções com o governo da Bahia para a instalação de uma fábrica na região. "Estamos avaliando a escolha do terreno e esperamos tomar uma decisão logo", projetou Costa. A ideia da companhia é iniciar a construção na segunda metade do ano, para inauguração da unidade em 2011. A Alstom contabiliza mais de 35% do market share em geração de energia e calcula participar de pelo menos 50% da capacidade instalada do País nas hidrelétricas. Hoje a empresa tem cerca de 60% dos negócios voltados ao setor de energia, sendo que o restante está focado na área de transporte sobre trilhos.
Fabricantes de geradores de energia estão investindo em novas fábricas para atender à alta demanda. A Alstom inaugura hoje uma planta em Rondônia, e a Cummins também estuda investir em nova fábrica. (fonte: DCI)



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