Petrobras diz que terá financiamento
Ceará, no período entre 2010 e 2014, terá US$ 2 bilhões entre a estatal e terceiros
Não há dificuldades de financiamento do plano de negócios, porque o principal desafio é a capacidade da indústria brasileira de conseguir atender a demanda da companhia. Tal garantia foi dada pelo presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli de Azevedo, ao abrir a primeira "Reunião estratégica no Estado do Ceará da cadeia nacional de fornecedores de bens e serviços da Petrobras", realizado na manhã desta quarta-feira, em Fortaleza.
O objetivo do encontro, que contou com a participação do governador do estado, Cid Gomes, além de gerentes locais da estatal, foi apresentar a demanda da companhia para os próximos anos e estimular os empresários locais a participar das licitações da empresa.
Gabrielli iniciou a apresentação com a abordagem do plano estratégico da companhia, que prevê investimentos de US$ 224,4 bilhões entre 2010 e 2014. "Esses investimentos têm conteúdo nacional crescente, o que significa volume de compras elevado", disse o presidente aos empresários, explicando que as exigências da companhia aos fornecedores podem ser maiores do que de outras empresas contratantes. Além disso, Gabrielli ressaltou que tais exigências podem ser cumpridas, como a comprovação que impostos estão sendo pagos em dia.
Gabrielli dimensionou o plano de negócios da Petrobras: os investimentos previstos para o período entre 2010 e 2014 são de US$ 42,5 bilhões por ano, o que corresponde a "R$ 2.300 por segundo, considerando 24 horas por dia, sete dias por semana".
US$ 2 bi no Ceará
Os investimentos previstos para o Estado do Ceará no período entre 2010 e 2014 são de US$ 2 bilhões, parte pela Petrobras e parte por terceiros. Os recursos abrangem diversas áreas como exploração e produção de petróleo, refino e biocombustíveis. Gabrielli especificou um dos grandes empreendimentos esperados na região: a Refinaria Premium II.
"Trata-se, como o nome diz, de uma refinaria de alta complexidade e que vai produzir produtos de alta qualidade. Serão processados nada menos que 300 mil barris de petróleo por dia", detalhou. A refinaria produzirá diesel, nafta petroquímica, querosene de aviação (QAV), coque, gás liquefeito de petróleo (GLP) e bunker (combustível para navios).
Gabrielli destacou ainda os investimentos da Petrobras na Lubrificantes e Derivados de Petróleo do Nordeste (Lubnor), na usina de biodiesel de Quixadá, onde 30 mil famílias de agricultores são fornecedoras da companhia, e as parcerias com instituições de ensino e pesquisa do Ceará, que somam 44 convênios no valor de R$ 37,6 milhões (entre 2006 e 2011) envolvendo instituições como a Universidade Federal do Ceará (UFC). Entre as pesquisa desenvolvidas por estas instituições estão as que investigam as mitigações de mudanças climáticas e o desenvolvimento de materiais para controle de corrosão.
Treinamento
A necessidade de mão-de-obra especializada para atender a cadeia de fornecedores da companhia também foi destacada por Gabrielli. "Estamos prevendo treinar através do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp) cerca de 18.678 pessoas no Ceará", revelou Gabriellli. Destas, 1.327 já foram capacitadas em cursos de construção e montagem e 200 em construção civil. "Até 2014, precisamos qualificar mais 13.591 em construção e montagem e 3.560 em construção civil", disse.
Fonte: Monitor Mercantil
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