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Dez anos de pesquisa

LabOceano completa uma década de contribuição para o desenvolvimento tecnológico em águas profundas e ultraprofundas - O Laboratório de Tecnologia Oceânica (LabOceano), do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia (Coppe) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), completou dez anos de atuação. Projetado para apoiar o desenvolvimento tecnológico em águas profundas e ultraprofundas, o Laboceano tem contribuído significativamente com o aprimoramento do setor de petróleo e gás.

Como o próprio nome diz, o laboratório simula as condições ambientais de um oceano. Para isso, a unidade conta com o tanque de testes mais profundo do mundo, de 40 metros de comprimento, 30 metros de largura, 15 metros de profundidade e mais 10 metros adicionais em seu poço central. Com 23 milhões de litros de água doce e altura correspondente a um prédio de oito andares, o tanque oceânico é capaz de reproduzir as principais características do meio ambiente marinho e simular fenômenos que ocorrem em lâminas d’água superiores a dois mil metros de profundidade.

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Na construção do LabOceano, foram investidos R$ 15 milhões, de acordo com os valores de 2003, provenientes dos royalties do petróleo, repassados pela Finep, por meio do fundo setorial CT-Petro, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e R$ 1 milhão concedido pelo governo do estado fluminense, por meio da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj).

Nestes dez anos de atuação já foram realizados cerca de 100 ensaios para diversas empresas e instituições de energia, dos quais aproximadamente a metade foi destinada a Petrobras. Para a estatal, o LabOceano já realizou, entre outros, ensaios de lançamento de manifolds, das estacas-torpedo, dos cascos de navios replicantes tipo FPSO, da P-55 e da primeira plataforma tension-leg que está sendo instalada no campo de Papa-Terra.

“Boa parte das instalações de águas profundas da Petrobras teve sua verificação final no laboratório. Antes de tomar a decisão da construção, é preciso verificar se seu projeto está de acordo com o que foi pensado. A primeira etapa é fazer uma simulação computacional do desempenho do projeto. Já a verificação final é o ensaio em modelo reduzido. É uma previsão do que, de fato, vai acontecer no real”, explica o professor do Programa de Engenharia Oceânica da Coppe e coordenador do LabOceano, Paulo de Tarso.

O LabOceano está capacitado para prestar serviços em hidrodinâmica computacional e experimental e em modelagem numérica de sistemas navais e oceânicos, além do desenvolvimento de projetos de pesquisa. Segundo Tarso, o laboratório tem demandas para até o primeiro semestre de 2014, mas a partir do próximo mês de abril já poderá receber novos ensaios.

Entre os projetos inovadores que vêm sendo realizados no LabOceano está o desenvolvimento de um simulador de manobras para operações de isolamento e recolhimento de óleo no mar, no caso de derramamento. É um projeto de simulação computacional para a Oceanpact, que atua no gerenciamento de emergências ambientais, e conta com apoio da Finep.

A finalidade é desenvolver o simulador para treinar equipes das embarcações que estão envolvidas nas manobras para os navios a fim de ajuda-los na coleta do óleo derramado. Hoje, eles só aprendem na prática, o que pode gerar custos e situações de riscos. Com o simulador, os capitães poderão se aperfeiçoar e treinar suas equipes.

“Então é como se fosse uma sala de cinema. Só que em vez de estar passando um filme pronto, à medida que o capitão vai mexendo nos comandos do navio e mudando sua trajetória, isso vai sendo transmitido para as telas de visualização. Há uma interação direta entre o que está aparecendo na tela e os comandos do capitão”, explica Tarso. Iniciado há cerca de dois anos, o projeto deve ser concluído em 2014.

Cerca de 60 empregados trabalham no LabOceano além de aproximadamente 25 alunos de graduação, mestrado e doutorado que participam das pesquisas desenvolvidas no laboratório. São geralmente, mas não exclusivamente, alunos do programa de engenharia oceânica da Coppe. “Mas nada impede que alunos de engenharia mecânica ou civil, por exemplo, façam estágio ou desenvolva pesquisas de graduação, mestrado ou doutorado aqui”, ressalta Tarso.

Nesses dez anos de existência, o LabOceano já recebeu cerca de dez mil visitantes, entre estudantes e representantes de empresas brasileiras e estrangeiras. Em função dos investimentos previstos para o setor de petróleo e gás nos próximos anos, o professor espera um crescimento da demanda de pesquisas e ensaios experimentais. “As perspectivas são positivas. Vamos ter novas atividades com o leilão do campo de Libra, temos investimento da Petrobras de quase US$240 milhões nos próximos anos e tudo isso em algum momento precisa da verificação do projeto. Nossa perspectiva é termos muitas atividades de pesquisa e serviços tecnológicos não só de empresas do Brasil como do exterior”, espera.



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