Os atrasos de obras em carteira no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) estão motivando questionamentos sobre a capacidade de atender a construção de navios-sonda para a Petrobras. O EAS apresentou à estatal, na semana passada, o menor preço para construir um lote com sete sondas. Concorrentes que também estão interessados na encomenda avaliam que o EAS enfrenta dificuldades para executar projetos já contratados, com atrasos nos cronogramas previstos.
O primeiro navio construído pelo estaleiro para a Transpetro, a subsidiária de logística da Petrobras, deve ser entregue em março, com atraso de cerca de seis meses. O estaleiro apresentou justificativas à Transpetro sobre o atraso, o qual poderia motivar uma multa, e as informações estão sendo analisadas pela empresa. No total, o EAS tem em carteira 22 navios para a Transpetro, que somam US$ 3,1 bilhões, e o casco da P-55, para a Petrobras.
A montagem do casco também atrasou, dizem fontes de mercado. O presidente do EAS, Angelo Bellelis, rechaçou os argumentos. Segundo ele, o estaleiro entrou na concorrência pelas sondas porque tem segurança em relação ao cumprimento dos prazos. A primeira sonda terá que ser entregue 48 meses após a assinatura dos contratos.
O cronograma é compatível, segundo o EAS, com a construção dos 22 navios da Transpetro. Por contrato, a última embarcação será entregue no primeiro semestre de 2016. O estaleiro terá que fazer novos investimentos na área offshore para atender a encomenda das sondas. Entre os argumentos que justificam o atraso na entrega da primeira embarcação para a Transpetro, está o fato de o navio ter sido construído ao mesmo tempo em que erguia-se o estaleiro. O EAS também enfrentou problemas para receber dois guindastes de grande porte, conhecidos no setor como "Golias". A empresa chinesa que faria os guindastes faliu e o estaleiro teve que buscar outro fornecedor.
Fonte: Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio
PUBLICIDADE