Já há algum tempo, são claras as evidências das dificuldades enfrentadas pelo polo naval gaúcho. Outra prova dessa situação será dada em breve. Dois leilões, um marcado para esta quinta-feira e outro para a próxima segunda-feira, oferecerão ao mercado máquinas, sucatas, materiais e equipamentos do estaleiro da Ecovix localizado em Rio Grande.
Os certames on-line estão sendo organizados por Milan Leilões e Norton Leilões. O conjunto de itens que serão vendidos compreende aparelhos de solda, contêineres, computadores, cantoneiras, torres, cabos, postes de concreto, eletroferragens etc. O valor total dos artigos é avaliado em aproximadamente R$ 5 milhões.
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O leiloeiro Norton Fernandes explica que os leilões abrangem bens que são considerados inservíveis para a operação da empresa. Os certames fazem parte do plano de recuperação judicial da Ecovix para obter recursos para pagar funcionários e credores. O pedido de recuperação do grupo foi feito em dezembro do ano passado. De acordo com Fernandes, já há cadastros de interessados na disputa, ligados a diversos segmentos da economia e de várias partes do País, devido à diversificação da natureza dos ativos.
O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte, Sadi Machado, vê com bons olhos a realização dos leilões. O dirigente revela que o sindicato chegou a analisar a possibilidade de entrar com uma ação judicial contra a iniciativa, mas depois percebeu que era uma medida que poderia ajudar a pagar os trabalhadores. "É claro que preferiríamos que o estaleiro estivesse operando a pleno, com mais de 10 mil pessoas", lamenta o sindicalista.
Conforme Machado, atualmente estão atuando no complexo da Ecovix em Rio Grande cerca de 200 trabalhadores (incluindo pessoal terceirizado que está cortando blocos da plataforma P-72, que foram vendidos como sucata para a Gerdau). O vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do Rio Grande e São José do Norte reclama que deveria haver uma movimentação política mais forte em torno do polo naval gaúcho e adianta que os obstáculos para o complexo serão enormes no próximo ano.
Procurada pela reportagem do Jornal do Comércio, a assessoria de imprensa da Ecovix disse que a empresa não iria comentar sobre o leilão. Antes dos bens da companhia, a Milan Leilões e a Norton Leilões organizarão amanhã um certame envolvendo um prédio comercial com 11 pavimentos, na rua General Câmara, números 428 e 432, no Centro de Porto Alegre. O edifício pertence à Fundação Banrisul de Seguridade Social, e o lance mínimo será de R$ 7,073 milhões. São ao todo 32 salas no prédio, com vários tamanhos, três lojas no térreo (duas adaptadas para salas) e 10 estacionamentos no subsolo. Todos os imóveis possuem matrículas individuais. A área total do prédio é de 3.214 metros quadrados, e a área privativa é de cerca de 1,9 mil metros quadrados.
Fonte: JCRS