Paciência. Essa é a palavra que deve nortear o comportamento do investidor que acredita no potencial de ganhos que o pré-sal deve trazer à Petrobras. Quem não tem a ação deve esperar pela oferta para comprar os papéis, prevista para setembro. Para os atuais acionistas, a recomendação é permanecer com as ações em carteira, evitando vender o papel na baixa.
As ações da estatal estão sendo castigadas nos últimos meses por uma questão técnica envolvendo a capitalização, aponta Fernando Barbará, responsável pela área de renda variável da Capital Investimentos. "Considerando um horizonte de longo prazo, as ações da Petrobras estão baratas, não dá para esquecer que o pré-sal tem um grande potencial", afirma.
O problema técnico que afeta a Petrobras é o tamanho da oferta, que está ligado ao preço do barril do Petróleo na cessão onerosa de 5 bilhões de barris. Quando maior o valor definido, maior a chance de o minoritário ter sua participação da empresa diluída. O desempenho ruim da Petrobras também pode ser atribuído em parte a um movimento natural em todas as ofertas de ações de empresas já listadas. A ideia é "bater" no papel para comprar a um preço menor na oferta.
Os investidores estrangeiros não vão comprar ativos brasileiros agora se sabem que haverá uma oferta muito grande de ações da maior empresa brasileira daqui a pouco, ressalta o gestor de recursos Rodrigo Constantino. "Os estrangeiros estão esperando a oferta, e isso afeta o Ibovespa", afirma. "Isso prejudica mais as ações do que a confusão em torno da capitalização".
Quem comprar as ações da Petrobras na oferta estará investindo em um negócio que promete lucros em quatro a cinco anos, alerta André Caminada, gestor da Victoire Brasil. Ele salienta que o investidor que aplica em Petrobras vai apostar em uma empresa que está iniciando um projeto ambicioso de crescimento. "Mas a experiência e a capacidade da Petrobras de extrair o petróleo a um custo competitivo valem muito", diz Caminada, ressaltando que a companhia tem um grande valor no médio e longo prazo, além de estar barata.
Fonte: Valor Econômico/AB e AP
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