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Investimento de R$ 1,4 bilhão, Eisa Alagoas recebe licença ambiental e pode iniciar obras para operar em 18 meses

O estaleiro Eisa Alagoas pode finalmente iniciar as obras. O presidente do Ibama, Volney Zanardi Júnior, assinou em 15 de julho a Licença Prévia para o estaleiro ser construído no município de Coruripe, em Alagoas. O cronograma prevê a entrada em operação após 18 meses e conclusão das obras em 36 meses. A nova localização proposta para o estaleiro e aprovada pelo Ibama exercerá menor impacto urbano e causará menores alterações na paisagem. Também o volume a ser dragado foi reduzido de 3,5 milhões de metros cúbicos de sedimentos para 770 mil metros cúbicos.
Houve ainda uma melhoria em relação ao projeto originalmente apresentado no EIA referente a condições mais favoráveis de aproveitamento do espaço disponível para o pátio industrial, com aumento das linhas de produção para grandes embarcações passam a ser três linhas, ao invés de duas e cria-se mais três linhas de produção específicas, para embarcações militares, embarcações de apoio e especiais.
A primeira área escolhida pelos empresários — 5A — recebeu um parecer contrário do Ibama em junho de 2012, por conta da supressão de praia e de mangues entre a foz do rio Coruripe e do Pontal. A nova área, denominada 5D, está localizada na comunidade do Miaí de Cima.
O Grupo Sinergy, dono do Eisa, investirá cerca R$ 1,4 bilhão, dos quais R$ 900 milhões em infraestrutura e R$ 500 milhões em equipamentos. Os recursos terão como origem o FMM, investidores e recursos próprios.
O Eisa Alagoas terá capacidade para processar 160 mil toneladas/ano em sua primeira fase e 220 mil toneladas/ano na segunda fase. Ocupará uma área toral de 260 hectares, dos quais 185 hectares serão destinados à área industrial. O estaleiro contará com três pórticos de 600 toneladas, dique flutuante de 76 por 450 metros e 1.370 metros de cais. A área de edificação terá três linhas de loadout para navios do tipo VLCC, Suezmax, Aframax e Panamax; três linhas de loadout para navios de apoio tipo AHTS, PSV, OSRV; pipelayer; e área para montagem offshore.
Pela disponibilidade de área, fluxo produtivo, capacidade de movimentação de carga e o alto grau de modernização e tecnologia empregadas no layout, a instalação terá a possibilidade de atuar nos segmentos onshore e offshore. “É importante ressaltar que o Grupo Synergy é detentor dos dois estaleiros mais experientes do Brasil, o que nos confere e nos dá tranquilidade com responsabilidade para atuar nos dois segmentos”, destaca Max Welber, diretor de Investimento do Sinergy Shipyard.
O Eisa Alagoas tem hoje uma carteira constituída de nove navios da PDVSA, sendo um de Produtos Claros de 47 mil tpb e oito Panamax de 70 mil tpb. “Além destes, temos muitas outras oportunidades em andamento e em fase avançada”, afirma Welber, sem detalhar.
O treinamento da mão de obra, componente crucial para o sucesso do empreendimento, vem acontecendo em Alagoas desde início do projeto, quando foi estabelecido pelo governo do estado um grupo formado pela rede “S”, secretarias estaduais e municipais, juntamente com o Grupo Sinergy para discutir de forma objetiva como e quando as pessoas deveriam ser treinadas. Como resultado, o munícipio de Coruripe conta hoje com duas escolas técnicas. Uma delas foi construída a partir de parceira entre Senai, munícipio e Federação das Industrias de Alagoas. É voltada para o segmento metal-mecânico, com cursos como de caldeireiro, soldador, eletricista industrial, eletricista predial, encanador, pintor, pedreiro, ajustador mecânico e montador, entre outros. A outra escola é administrada pelo governo do estado e voltada para os setores administrativo, hoteleiro, culinário e de artesanato.
— Hoje já se tem uma grande quantidade de pessoas treinadas e aguardando o início das obras. Tivemos a preocupação de direcionarmos os primeiros treinamentos para os trabalhos envolvidos na construção civil — afirma Welber. “Por outro lado, sabemos do grande impacto social que este projeto irá provocar em Alagoas e na região Nordeste. A cadeia produtiva de um estaleiro é muito complexa e gera movimentação em diversos segmentos, com isso os fornecedores de equipamentos, insumos, gases, alimentação, EPIs, serviços diversos e muitos outros precisam produzir mais e também irão necessitar de mão de obra e matéria-prima. Tudo isso junto irá transformar de forma significativa a vida dos alagoanos e região Nordeste”, diz o executivo. Durante a Fase de instalação serão uma média de seis mil trabalhadores no pico e 4,5 mil trabalhadores na operação nos primeiros cinco anos.

No processo de licenciamento conduzido pelo Ibama, o impacto social foi amplamente abordado, com a preocupação de se criar oportunidades de crescimento para a região, a partir da implantação do estaleiro. “Daí o comprometimento do estado de Alagoas, munícipio de Coruripe, munícipios vizinhos e nosso com a infraestrutura e programas de desenvolvimento local. A vinda do estaleiro irá trazer consigo melhorias em serviços públicos, transporte público, saúde, educação, segurança pública, tecnologia e desenvolvimento. Em minhas diversas idas a Alagoas e reuniões com a população, ficou evidente que os jovens não têm perspectiva e oportunidade de crescimento profissional, pois por mais que se capacitem não existem empresas para absorver técnicos, graduados e outros profissionais. E nós que trabalhamos há muito tempo na indústria naval sabemos o quanto esse segmento requer mão de obra para compor seus quadros”, exulta Welber.
O estaleiro já possui acesso terrestre, pois a rodovia AL-101 sul corta a área e sofrerá um pequeno desvio para melhor atender ao empreendimento. Foi criado também um documento de comprometimento entre governo e munícipio, inclusive apresentado ao Ibama, para melhoria e investimentos em diversos segmentos como saúde, transporte, saneamento básico e educação.

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