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Endividada, dona do estaleiro Rio Grande pedirá recuperação judicial

Braço da Engevix para o setor de construção naval, a Ecovix deve entrar com pedido de recuperação judicial ainda nesta semana. Na segunda (12), ao concluir sua última obra contratada pela Petrobras, a empresa demitiu 3.200 pessoas.

No pedido de recuperação judicial, a empresa apresentará uma dívida entre R$ 7 bilhões e R$ 8 bilhões, considerada impagável no cenário adverso da construção naval brasileira.


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A Ecovix controla os estaleiros Rio Grande 1 e 2, que tinham contrato com a Petrobras para construir oito cascos para plataformas de petróleo, no valor de US$ 3,5 bilhões.

A empresa venceu ainda licitação da Sete Brasil para a construção de três sondas de perfuração de poços, por US$ 2,4 bilhões.

A situação da companhia começou a se complicar depois que seus sócios passaram a ser investigados pela Operação Lava Jato. No início de 2015, a Engevix e a Jackson Empreendimentos tiveram seus bens bloqueados.

Dono da Engevix, o empresário Gerson Almada foi condenado por envolvimento no esquema de corrupção na Petrobras.

Os contratos com a Petrobras foram revistos e apenas três cascos foram entregues, o último deles na semana passada.

A Sete Brasil passa pelo seu próprio processo de recuperação judicial e não construirá todas as 28 sondas previstas inicialmente.

Com a crise, os sócios japoneses da empresa, liderados pela Mitsubishi, se retiraram do negócio em janeiro.

O plano de recuperação judicial em elaboração prevê a transformação dos estaleiros em unidades produtivas isoladas (UPIs), que terão como ativos os diques e guindastes usados para a construção de embarcações.

A ideia é transferir as UPIs aos credores, para que possam recuperar parte do prejuízo e tentar recolocar as unidades em operação.

Na semana passada, a empresa terminou a última obra contratada com a Petrobras, a construção do casco da plataforma P-68. Com o fim das obras, 3.200 empregados foram demitidos, segundo o sindicato dos metalúrgicos local.

Um outro casco, da plataforma P-71, está incompleto no estaleiro, mas o contrato foi cancelado.

A empresa informou apenas que está em "forte processo de reestruturação financeira e operacional e busca alternativas para a retomada de sua operação no futuro".

Fonte: Folha de São Paulo/NICOLA PAMPLONA DO RIO






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