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Espírito Santo cresce com explorações e gás

Petróleo: Setor de óleo é responsável pela diversificação da indústria e atrai empresas de alta tecnologia
No ano 2000 o Estado do Espírito Santo produziu, em média, 12,8 mil barris de petróleo por dia, praticamente 1% de uma produção nacional que naquele ano alcançava a média diária de 1,23 milhão de barris. Com uma economia pouco diversificada, concentrada em siderurgia básica, celulose, serviços portuários e agropecuária, produzindo petróleo em campos terrestres, o Estado representava 1,9% da economia brasileira. Em 2010, o Espirito Santo vem produzindo 171,7 mil barris de óleo por dia (até fevereiro), 8,5% da média brasileira de 2,01 milhões de barris, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP), e estima-se que chegará a dezembro produzindo cerca de 300 mil barris por dia. A produção de gás natural no Estado saltou de 869 mil metros cúbicos por dia para 4,2 milhões de metros cúbicos no mesmo período, podendo chegar a 15 milhões.
É o mais espetacular avanço dentro do já espetacular avanço da indústria do petróleo em território brasileiro nos últimos dez anos. Aliado a outros fatores, vem empurrando o crescimento da economia capixaba, o maior da região Sudeste. Segundo o IBGE, o Produto Interno Bruto (PIB) do Espírito Santo cresceu 69,1% de 1995 a 2007 e alcançou uma participação de 2,3% do PIB nacional no mesmo ano de 2007. A tendência é de ampliação dessa fatia.
O setor petróleo tem sido o principal responsável por um ciclo de diversificação da indústria capixaba que levou para o Estado empresas de alta tecnologia como a fabricante de cabos Prysmian (ex-Pirelli) e está atraindo a WEG, empresa catarinense que tornou-se a primeira multinacional brasileira na área de motores e bombas. A WEG promete inaugurar em 2011 a fábrica que está construindo em Linhares, no norte do Estado.
A prosperidade reflete-se nos prédios em construção na capital, Vitória, cidade com pouco mais de 300 mil habitantes. O maior deles é a futura sede administrativa local da Petrobras, programada para abrigar 3 mil empregados, sendo 1.500 na primeira fase. O prédio em construção tornou-se assunto do dia a dia da cidade.
Responsável pelo projeto da nova sede, o carioca Márcio Félix, 51, está há dez anos no Espírito Santo. Seis deles foram passados como gerente-geral da unidade de negócios da Petrobras no Estado. Em 2009, foi chamado de volta à sede da empresa, no Rio, para assumir o cargo de gerente-geral de novos negócios da área de exploração e produção da estatal para cuidar de parcerias na exploração de novas áreas, como as do pré-sal.
Em março, pouco tempo depois de retornar ao Rio, Félix não hesitou em pedir licença do cargo para aceitar o convite do governador do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), e assumir a Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado, substituindo o ex-ministro do Planejamento Guilherme Dias.
Segundo Félix, a população está motivada e engajada na ideia de que o petróleo vai liderar a arrancada econômica do Estado. "Em 2005, eu vi, em um sábado de sol, milhares de pessoas reunidas na orla da Vitória para saudar a chegada da plataforma P-34", afirma, no campo de Jubarte, a primeira a produzir óleo no litoral capixaba.
Ele lembra que não é só a Petrobras explorando e produzindo petróleo no Estado e funcionando como polo de atração de outras empresas. Em março, a Shell produziu por dia 73 mil barris no campo Parque das Conchas. As americanas Anadarko e Chevron e a britânica BP (comprou a americana Devon) também já estão lá.
Associado à expansão de outros setores mais antigos, como o siderúrgico e o de celulose, o setor de petróleo e gás catapultou as vendas de bens e serviços no Estado, que passaram de R$ 500 milhões, em 2005, para R$ 3,4 bilhões, em 2009, e devem chegar a R$ 4 bilhões este ano. Há novos empreendimentos como um estaleiro naval do grupo Jurong (Cingapura) e uma siderúrgica nova (Vale).
Oito novas termelétricas, totalizando 1.836 megawatts de potência, estão sendo construídas ou projetadas. O Estado vive um processo de adensamento de cadeias produtivas que atinge até o de celulose, restrito por décadas à Aracruz, hoje Fibria. Está previsto para 2011 a inauguração da primeira fábrica de papel, com capacidade para 30 mil toneladas anuais, que irá processar celulose produzida pela Fibria.
Com cerca de 3,5 milhões de habitantes, a preocupação no Estado é fugir de duas heranças malditas deixadas pela indústria do petróleo em outros lugares por onde passou: em primeiro lugar, a exagerada afluência de migrantes nem sempre preparados para atender a demanda por trabalho. Em segundo, a falta de alternativas quando o petróleo e o gás acabam.

Fonte: Valor Econômico/ Chico Santos, do Rio

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