A  OSX, do empresário Eike Batista, e a espanhola Acciona declararam um  "trégua". de três semanas. Durante esse período, os espanhóis não vão  tomar qualquer medida judicial contra o estaleiro e vice-versa.
As  duas empresas estão negociando o pagamento de uma dívida em atraso da  OSX com a construtora, que soma cerca de R$ 500 milhões, conforme  revelou a Folha no domingo passado.
A "trégua" foi acertada após a  publicação da reportagem. Os representantes de Eike teriam sinalizado  que podem pagar parte da dívida.
A  OSX informou por e-mail que "não irá comentar sobre a negociação em  curso com a Acciona, uma vez que tais negociações são sujeitas a severas  obrigações de confidencialidade". A Acciona também preferiu não  comentar.
O grupo EBX espera conseguir renegociar as dívidas de  curto prazo com os bancos nas próximas semanas. Com a ajuda do banco  BTG, também está tentando vender ativos para fazer caixa.
A  mineradora MMX está em negociações com as "tradings" Glencore e  Trafigura para vender uma participação ou ativos, como o porto do  Sudeste, conforme antecipou a Folha e foi confirmado pela empresa.
A  LLX, braço de logística do grupo, também informou ao mercado que  contratou assessores financeiros para buscar parceiros. Segundo apurou a  reportagem, por enquanto, a empresa apenas concedeu um mandato ao BTG,  mas ainda não há interessados firmes.
ARBITRAGEM
Durante a  "trégua", Acciona e OSX se comprometeram a não pedir a instalação de um  tribunal de arbitragem, que está previsto em contrato e seria a  primeira instância judicial para resolver o conflito.
A OSX nega  que tenha dívidas em atraso com a Acciona e diz que está renegociando os  contratos com os fornecedores, porque decidiu realizar em fases a  construção do estaleiro no porto do Açu, em São João da Barra (RJ).
A  empresa admitiu que está negociando com a Acciona "obrigações de parte a  parte", mas não especificou quais são as "obrigações".
Conforme  apurou a reportagem, a OSX fez questionamentos técnicos sobre algumas  obras entregues pela Acciona, o que foi visto pela empresa espanhola  como uma maneira de protelar o pagamento das dívidas.
Anteontem, a  OSX fechou acordo com o Ministério Público (MP) do Trabalho de Campos  do Goytacazes (RJ) para conceder benefícios a 331 trabalhadores  demitidos. Até o fim de maio, a Acciona dispensou 896 pessoas e previa  demitir mais 250, diz o MP. 
Fonte: Folha de São Paulo/RAQUEL LANDIM DE SÃO PAULO
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