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Estaleiro demite 250 funcionários

Telegrama comunica desligamento por “justa causa”, mas não indica motivoEMPREGADOS afastados foram impedidos de entrar no local, após manifestação de greve violenta na última semanaCerca de 250 trabalhadores foram proibidos de entrar no Estaleiro Atlântico Sul (EAS) no dia de retorno às atividades pós-greve, por terem sido demitidos. Os funcionários receberam um telegrama, emitido no último dia 16, onde o EAS comunica o desligamento por “justa causa”, sem informá-la. A operação conjunta das polícias Civil e Militar monitorou o fluxo dos empregados depois de o Sindicato de Metalúrgicos de Pernambuco (Sindmetal-PE) reunir alguns deles em assembleia, onde foram orientados a retomar as atividades no Estaleiro.A greve começou na última quinta-feira, mas um manifesto por parte de trabalhadores, que não teria sido comandado pelo Sindmetal-PE, causou conflito entre polícia e trabalhadores, resultando em carros quebrados, ônibus, madeiras e pneus queimados, além da obstrução das vias de acesso ao Complexo. Na ocasião, 12 pessoas foram presas. As imagens do protesto, inclusive, foram prejudiciais na negociação entre a categoria e a empresa sobre melhores condições de trabalho. A segurança do EAS sequer permitiu a reportagem de acompanhar a assembleia de ontem.O vice-presidente da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa) no EAS, Cleyton Alves, foi um dos afas­tados do empreendimento, onde trabalhava co­mo caldeireiro. “Eu não participei do manifesto da última quinta-feira. A carta avisando da demissão foi emitida na sexta-feira, quando a justiça ainda não havia se posicionado quanto à legalidade da greve”, disse.A audiência que decidiria o futuro do movimento seria realizada ontem, mas foi adiada para o dia 28. No despacho assinado pela desembargadora relatora da 1ª vara do Trabalho de Ipojuca, do Tribunal de Justiça do Trabalho (TRT), Maria Clara Saboya, o desembargador Nelson Soares da Silva Júnior classificou que não há mais necessidade emergencial, “em face do encerramento da paralisação dos empregados do Estaleiro”. As partes envolvidas e o Ministério Público do Trabalho foram intimados a participarem da nova audiência.Mesmo questionado pela reportagem sobre a quantidade de funcionários demitidos e o que exatamente se trata a ‘justa causa” para a demissão, o EAS se limitou a confirmar a retomada dos serviços, “quando a sua força de trabalho, com quase dez mil pessoas, pode retornar às atividades, mobilizada pacificamente pelo Sindmetal”. Fonte: Folha de Pernambuco/ANDRÉ CLEMENTE





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