PMJR enumerou vantagens e reforçou a possibilidade de instalar o empreendimento no Pirambu
A instalação de um estaleiro naval de médio porte, como o Promar Ceará, abre a perspectiva de surgimento de, pelos menos, 100 microempresas satélites, 40 empresas de médio porte e outras 10 de grande porte, para fornecimento de insumos e mercadorias e prestação de serviços ao empreendimento, além dos 1.200 empregos diretos e seis mil indiretos para construção e operacionalização do equipamento naval. A projeção é do diretor presidente da PJMR, Paulo Haddad, ao situar, à prefeita Luizianne Lins, acerca dos benefícios financeiros e econômicos que o equipamento pode trazer para uma cidade.
Segundo Paulo Haddad, além dos blocos de aço que são construídos e sequencialmente montados para formação dos navios, há várias outras pequenas peças e serviços que podem ser ofertados por empresas locais. Ele cita como exemplos as instalações elétricas, o mobiliário de escritório e destinado às acomodações dos marinheiros e demais utensílios.
Conforme disse, essas são apenas algumas das atividades em que o estaleiro aproveita a rede produtiva da própria comunidade, da própria cidade, gerando oportunidades de novos negócios. "Além dos motores que vêm divididos em partes, as amarras, correntes, âncoras, serrilhas e molinetes são peças que já chegam prontas, mas todo o resto, inclusive as cabines, são construídas nas oficinas, do próprio estaleiro", explicou.
Reunião
Diante do que viu no Estaleiro Atlântico Sul, em Ipojuca, Pernambuco - um empreendimento estruturado sobre aterro de 162 hectares, em área de mangue - e das opções apontadas na última terça-feira, em Fortaleza, notadamente, no Pirambu e áreas próximas ao Poço da Draga, a prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins, agendou para a próxima segunda-feira, uma reunião de trabalho "a portas fechadas". O encontro foi confirmado pela assessoria de imprensa da Prefeitura e irá contar com as presenças dos secretários de Infraestrutura, Luciano Feijão, de Planejamento, Alfredo Pessoa, e do coordenador de Planejamento da Prefeitura, José Meneleu. O local não foi revelado.
Local viável
Para o deputado Estadual, Nelson Martins, líder do governo do Estado na Assembleia Legislativa do Ceará, a escolha do Pirambu como opção para instalação do Promar Ceará é uma opção viável que pode por fim ao impasse gerado com a Praia do Titanzinho. "Fico muito feliz que tenham encontrado uma nova localização. Por exclusão, é a única alternativa que existe", declarou o deputado, ontem. Em discurso breve na Assembleia Legislativa, ele destacou os pontos positivos do Pirambu, como as avenidas largas e a oportunidade de empregos. "Não podemos perder o empreendimento", frisou.
DEFESA DO PECÉM
IAB é contrário a encravar no Pirambu
Presidente do Instituto desafia investidor a apresentar relação de custos de implantação no Pirambu e no Pecém
Se depender do posicionamento do IAB-CE (Instituto de Arquitetos do Brasil - Departamento Ceará), o estaleiro Promar não aportará no Pirambu, como já sinaliza o empresário Paulo Haddad, diretor-presidente da PJMR. O instituto mantém-se contrário à instalação do empreendimento em qualquer área do litoral fortalezense e defende que o projeto seja levado ao Complexo Industrial e Portuário do Pecém, ou para outra área que fique distante da Capital cearense. "O IAB considera inadequado no Pirambu, porque o empreendimento ficaria em uma área muito próxima à zona urbana, densamente povoada. Além disso, o sistema viário da região não é suficiente para suprir a demanda de um projeto desse porte, e a legislação urbana não prevê esse tipo de uso para aquela área do município. Qualquer barreira desse porte, que impeça o relacionamento da cidade com o mar, está na contramão da tendência mundial", explica Odilo Almeida Filho, presidente do IAB-CE.
Almeida Filho ainda desafia o investidor do estaleiro a apresentar à sociedade uma planilha que relacione a diferença de custos entre a implantação do empreendimento no Pirambu e no Pecém. "O IAB solicita que o investidor apresente a planilha de custos em infraestrutura para a instalação do estaleiro no Pirambu e no Pecém, para que a sociedade possa avaliar a partir desses números. Se ele entregasse os números, acabaria com o debate", afirma Odilo.
Fonte: Diário do Nordste (CEW/CARLOS EUGÊNIO
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