As mais recentes notícias sobre o setor da indústria naval não têm sido positivas. Uma prova disso é a demissão ocorrida na última quinta-feira de mais de 100 empregados da QGI Brasil nas unidades que a empresa possui em Rio Grande e no Rio de Janeiro. A companhia não está se pronunciando sobre o assunto, mas uma fonte que acompanha a questão diz que restaram apenas em torno de 200 colaboradores dentro do grupo.
Os acionistas da QGI tiveram nessa quinta-feira um encontro com dirigentes da Petrobras para tentar retomar a montagem das plataformas de petróleo P-75 e P-77. Essas estruturas seriam implementadas no Rio Grande do Sul. Para ser possível a realização? dos projetos, a companhia privada defende um aditivo nos contratos. No entanto, a fonte ouvida pelo Jornal do Comércio afirma que as partes não chegaram a um acordo, e a QGI segue esperando uma definição. A empresa tinha expectativa de fechar um acerto com a Petrobras no mês de abril ainda, mas isso acabou não se confirmando.
Não foi somente esse o revés para a cadeia naval na última quinta-feira. "Frustrante", foi como o deputado federal Nelson Marchezan Júnior (PSDB-RS) resumiu a sua avaliação sobre a audiência pública realizada em Brasília para discutir a crise do polo naval. O integrante da Comissão de Minas e Energia, que propôs o encontro, classificou como uma atitude "covarde" a ausência do ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, do presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, e do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento (Bndes), Luciano Coutinho.
O parlamentar acrescenta que, enquanto Mercadante simplesmente ignorou a reunião, Bendine e Coutinho enviaram representantes, mas que não tinham a legitimidade para manter compromissos. Marchezan ressalta que os representantes do governo devem falar a verdade, qualquer que seja. "Ninguém esperava uma solução absoluta, mas pelo menos saber o caminho que está sendo trilhado", frisa.
De acordo com o deputado, o temor é que nos próximos meses ocorram demissões em massa. Segundo o dirigente, o Sindicato da Indústria Naval Brasileira adianta que as dispensas podem envolver aproximadamente 30 mil pessoas.
Fonte: Jornal do Commercio (POA)/Jefferson Klein
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