Em silêncio a vários dias sobre o estaleiro Promar Ceará, o governador Cid Gomes praticamente descartou ontem, a possibilidade do empreendimento "ancorar" no Estado, se não for construído na Praia do Titanzinho, no Serviluz. "Se tivéssemos alternativas para outras áreas com certeza já teríamos apontado. Infelizmente não temos. O litoral do Estado é muito raso, o Porto de Mucuripe não está lá por acaso. Fazer um aterro em outro local inviabiliza financeiramente a obra", explicou o governador, após reunião em Brasília, para debater a Ferrovia Transnordestina. Ele confirmou às 15 horas, da próxima segunda-feira, no Palácio Iracema, nova reunião, com o diretor presidente do Promar Ceará, Paulo Haddad, e com a prefeita Luizianne Lins, para discutir o assunto, e voltou a pedir o "bom senso" de todos os envolvidos.
Sobre as alegações da prefeita de que o estaleiro servirá à construção de apenas oito navios gaseiros e depois ficará ocioso, Cid Gomes disse que aposta no contrário. "O Brasil já teve a segunda maior indústria naval do mundo. Ela foi reduzida a praticamente zero. Agora com o incremento do governo Lula, o Rio de Janeiro, que tem o principal polo naval já está com sua capacidade operando em 100%. Tenho certeza de que a demanda virá depois do estaleiro pronto. Ele não ficará ocioso", afirmou o governador.
Enquanto o impasse persiste e a prefeita informa que ainda não foi convidada à reunião, Paulo Haddad volta a cobrar uma definição. "Estamos super hiperatrasados. Ainda não recebemos convite, mas se formos convocados, vamos, sim", respondeu o empresário. Apesar da expectativa para um encontro com o governador e a prefeita, juntos, Haddad disse ontem, que também não tem nova proposta para apresentar, quanto à localização do estaleiro, além do Titanzinho. "O que quero saber é onde vamos instalar o estaleiro. Quero ouvir deles, se tem ou não uma área. Só isso", resumiu Haddad, que tem até 30 de junho próximo, para apresentar à Transpetro, o documento de posse da área e a licença ambiental prévia de instalação do equipamento.
Dividido entre Cid e Luizianne, o deputado estadual petista, e líder do governo na Assembleia Legislativa, Nelson Martins, pondera que a saída para o impasse seria uma "consulta organizada. "Se o governador é a favor e a prefeita é contra, o mais democrático é fazermos uma consulta aos moradores do Serviluz", sugere.
Fonte: Diário do Nordeste (CE)/CARLOS EUGÊNIO
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