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Falta suporte em terra

Frota maior e demanda por serviços logísticos aumentam necessidade de investimentos em bases de apoio ‘offshore’

A exploração de óleo e gás no Brasil está fazendo com que empresas nacionais e estrangeiras invistam em unidades de suporte logístico. É consenso que as bases de apoio offshore existentes estão cada vez mais sobrecarregadas para atender às petrolíferas e empresas de serviços associados. Entretanto, os projetos de novas instalações não parecem acompanhar o ritmo atual do setor, acendendo o alerta sobre onde os barcos de apoio atracarão e os possíveis prejuízos desse gargalo para operação.

A diretora executiva da Brasco Logística Offshore, Renata Pereira, acredita que já existe uma demanda reprimida e considera que isso abre esse mercado a novos competidores. “Esses barcos precisam parar em algum lugar. Se não houver um crescimento no número de bases de apoio, começa a haver uma ineficiência logística no atendimento às plataformas”, explica Renata.
Dessa forma, a Brasco espera dobrar sua capacidade atual de atendimento quando a aquisição da Briclog, que está em fase final, for concluída. Em 2011, a Brasco contabilizou 2.229 atracações, o que representa acréscimo de 80,6% sobre as 1.234 atracações registradas em 2010. “De 2010 para 2011 praticamente dobramos o número de atracações do sistema Brasco, mostrando o aquecimento dessa demanda”, conta Renata.
A executiva acrescenta que as oportunidades não se limitam à Petrobras e ao pré-sal, na medida em que empresas de embarcações, armadores, operadores de sondas e de FPSOs também dependem de bases de apoio. “Quando as petroleiras ingressam no país, elas precisam de um suporte inicial logístico para atendimento de algumas demandas específicas”, comenta Renata.
O diretor da Edison Chouest Offshore (ECO) para a América Latina, Ricardo Chagas, observa que existem empresas gastando alto nesse setor, tentando utilizar pequenos espaços nos cais de portos públicos para alocar equipamentos e produtos para servir às unidades marítimas. "O grande gargalo do mercado hoje são bases de apoio offshore porque não existe uma base como manda o figurino. É necessário operar num porto público ou ter uma concessão dentro de um porto público onde já existe um cais pronto para a empresa operar", avalia Chagas.
Chagas lamenta o fato de esse tipo de operação em portos públicos brasileiros esbarrar na falta de flexibilidade e no excesso de burocracia. "Tendo uma flexibilidade onde se tenha o tempo otimizado, o transporte dos seus equipamentos, da sua água de um ponto A para um ponto B encurta a distância. Quanto menos tempo a embarcação ficar parada no cais melhor é porque temos a certeza de que a unidade marítima está sendo bem atendida", explica Chagas.
A ECO, que já opera em São Sebastião (SP), Ilhéus e Salvador, inaugura uma base em Itapemirim (ES) em meados de 2013. De acordo com Chagas, a unidade no sul capixaba terá capacidade para atracação de até 20 embarcações simultaneamente. Ele garante que a base será uma das maiores do Brasil, com condições de absorver 1,6 mil port calls (chamadas de embarcações). "A cada seis ou sete horas sai um barco e entra outro. A capacidade de port calls será em torno de quatro vezes mais do que faz Macaé", calcula Chagas.
O diretor de planejamento do porto do Forno, Victor Lemos, admite que parte da demanda em Arraial do Cabo (RJ) esteja associada aos gargalos do porto Imbetiba, que funciona como base offshore da Petrobras em Macaé. No entanto, ele ressalta que a estratégia é oferecer serviço de excelência e virar referência. A administração do porto do Forno planeja ser um polo de apoio ao segmento no norte fluminense.
— Essa atividade offshore está muito acentuada e a frota só tem aumentado a cada dia. Hoje, o porto do Forno tem entendido que não é simplesmente abraçar o gargalo dos outros portos. Pegamos muito serviço por conta disso, mas estamos modificando essa filosofia. O porto do Forno vem se transformando em referência pelo serviço e pelas instalações — destaca Lemos.
Para acompanhar a demanda das descobertas de óleo nas bacias de Campos e Espírito Santo, a Companhia Portuária Vila Velha (CPVV) ampliará seu terminal. O cais, que hoje é de 285 metros, será estendido em mais 180 metros. A previsão é de que a obra seja concluída no início de 2014. A CPVV já possui licença ambiental, mas aguarda autorização da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) para as obras.
Desde 2010, a empresa concentra o atendimento apenas à Petrobras. A base da CPVV reúne em torno de 260 empregos diretos e o número deve subir para 400. Além da base no Espírito Santo, a companhia atua no porto de Imbetiba. Lá, a empresa capixaba possui aproximadamente 450 empregados e fornece desde carretas até guindastes e empilhadeiras.
O diretor da CPVV, Antonio Paulo de Menezes, diz que a estrutura ainda comporta os serviços demandados. Atualmente, a base realiza vários tipos de operação, desde carga e descarga, até abastecimento de diesel e de água, troca de tripulação e vistorias. "Na nossa base não temos problema porque estamos apenas com a Petrobras. O trabalho aqui é muito rápido e eficiente. Não chega a acontecer problema de embarcação de supply ficar esperando. Vamos ampliar, mas não sei se vamos continuar só com a Petrobras ou se atenderemos a outros clientes também", analisa Menezes.
A estratégia de captação de serviços de apoio em Arraial do Cabo vem funcionando. Nos últimos anos, o número de embarcações no porto do Forno, que ficava entre 10 e 15 embarcações de apoio offshore por mês, subiu para 40, chegando a 50 em alguns meses. A expectativa é de que a demanda atual triplique com um contrato que está em fase de minuta com a Petrobras. "Estamos fechando parceria para utilizar o porto do Forno para toda parte logística da exploração offshore, através do nosso posicionamento geográfico e também pelos serviços e facilidades que dispomos no porto", ressalta Lemos.
Dentre esses atrativos, o porto do Forno já utiliza sua base alfandegária para enviar equipamentos para unidades de perfuração e produção, principalmente para Macaé.

Uma das demandas que vem crescendo é a nacionalização de peças ligadas ao segmento offshore. Em junho, o pátio de estocagem estava com 368 tubos importados, que foram nacionalizados. Os equipamentos, destinados à Transocean, foram escoados por carretas de até 30 metros para o porto de Imbetiba. "O porto do Forno é 100% alfandegado. Utilizamos sua base alfandegária para fazer o trânsito aduaneiro na receita federal. A carga é nacionalizada aqui e escoada através de carretas geralmente para Macaé", explica Lemos.
A expectativa do Terminal Portuário de Cotegipe (TPC) também é grande face à carência de bases de apoio offshore. Primeiramente por ser um potencial que já não é totalmente correspondido e também em razão dos investimentos do pré-sal e de demandas futuras. O diretor de óleo e gás e meio ambiente do grupo TPC, Pedro Maziero, conta que a empresa estuda a instalação de uma base, possivelmente na Bahia, onde já opera. A diretoria coordenada por ele foi criada há cerca de um ano e meio para responder a esse potencial de mercado.
Maziero conta que o grupo fez um levantamento do que pode ser oferecido nesse segmento. "Temos uma área bastante razoável em que as condições de operação são perfeitamente aceitáveis para logística offshore. Precisamos apenas ter o cliente querendo operar ali. Isso já foi avaliado e será extremamente factível se utilizarmos a operação já existente para o atendimento offshore. Estamos com foco maior na Bahia, mas não estamos fechados a outras possibilidades ao longo da costa", destaca Maziero.
Renata, da Brasco, reconhece que montar bases novas não é uma atividade fácil. Segundo ela, instalar unidades de apoio depende de uma série de requisitos técnicos e legais, além de custar caro. Ela ressalta a necessidade de as demandas serem muito bem mapeadas a fim de justificarem os investimentos.
A diretora executiva da Brasco explica que operações regulares justificam uma base própria permanente. Entretanto, ela conta que a empresa também desenvolve operações de curto prazo para atender a campanhas exploratórias temporárias fora de sua área de atuação como, por exemplo, no Nordeste. A Brasco realiza uma operação dessa natureza em São Luís (MA), nas bacias Pará-Maranhão e Barreirinhas. Em 2011, a empresa concluiu outra em Salvador, na bacia de Camamu-Almada.
— Quando as petroleiras estão em fase exploratória, elas precisam de um suporte de curto prazo. Como a empresa vai à bacia fazer perfuração de um ou dois poços, é necessário que uma empresa dê esse suporte, que significa ir para uma região, montar uma infraestrutura temporária, muitas vezes com apoio dos portos públicos dessas localidades e fazer operação para elas — detalha Renata.
A G-Comex também busca oportunidades em operações similares às realizadas em suas instalações no Rio de Janeiro para atender a projeto específico em outros estados. Operações desse tipo foram realizadas em Vitória (ES), Aracaju (SE) e São Sebastião (SP). A G-Comex estuda a possibilidade de serviços semelhantes em Fortaleza, São Luís (MA), Rio Grande (RS) e novamente na capital sergipana. "Temos capacidade de desenvolver base itinerante e coordenar operação com dia e hora para começar e acabar", afirma o presidente da empresa, Carlos Eduardo Paes Leme.
Um dos principais requisitos a serem oferecidos pelas bases é reunir boas condições de saúde, segurança e meio ambiente. Segundo Maziero, do grupo TPC, uma base logística offshore precisa ser um grande centro polivalente em termos de atendimento à demanda de uma plataforma. Outras deficiências estão relacionadas à infraestrutura. "Temos nos preocupado em montar uma estrutura que atenda ao cliente desde a recepção desses resíduos sólidos, armazenamento, movimentação e destinação”, observa Maziero.
O programa ‘Base ecoeficiente’ desenvolvido pela G-Comex busca uma operação visando aspectos sociais, ambientais e a viabilidade econômica do projeto. Paes Leme explica que a iniciativa procura trabalhar processos próximos do conceito de sustentabilidade dentro do dia a dia operacional e administrativo e financeiro da companhia. Entre as ações difundidas na base, é aplicado um programa de indução que orienta funcionários, visitantes, fornecedores a pequenos conceitos ambientais. “É uma atividade que exige uma responsabilidade muito grande. Se você não pode ser 100% sustentável pelo menos pode se aproximar com um conceito ecoeficiente”, defende Paes Leme.
Menezes, da CPVV, ressalta que não é qualquer terminal que possui instalação para atender à exigência dos clientes. Ele enfatiza a importância de focar na segurança, já que essa atividade exige muito cuidado para evitar acidentes ambientais. "Não realizamos outro tipo de atividade portuária. Só fazemos apoio offshore. Para ter qualidade e segurança, é preciso ser especializado nisso. Quando o negócio começa a se diversificar muito, acaba não atendendo bem o cliente", explica Menezes.
Chagas, da ECO, destaca que a unidade de Itapemirim será dedicada exclusivamente ao apoio logístico offshore e poderá atender às bacias do Espírito Santo e de Campos. "Será um hipermercado que atenderá às demandas crescentes, principalmente as empresas estrangeiras que não possuem bases. E a Petrobras também será muito bem-vinda, caso ela queira operar na nossa base", analisa Chagas. Ele diz que já existem empresas interessadas em estabelecer negócios com a base, cujas obras devem começar no segundo semestre. Os investimentos na unidade são da ordem de US$ 300 milhões e serão provenientes de recursos próprios da companhia.

As principais operações em bases de apoio envolvem carga e descarga de embarcações, gestão de materiais, gestão de inventários, armazenamento, transporte e gestão de resíduos. Renata, da Brasco, diz que a empresa investe em segurança em todas as dimensões da operação — instalações, processos e desempenho das pessoas. “É um mercado de risco, onde as empresas são muito sensíveis e demandam uma operação segura. Investimos na qualificação e treinamento de pessoal, melhoria da infraestrutura, sistematização e informatização dos nossos processos”, avalia Renata.
Além da segurança, os clientes das bases cobram a confiabilidade dos processos. Eles querem a garantia de que os serviços e a gestão do material estão sendo feitos de forma adequada. Outra exigência é o controle de estoque. A Brasco investiu em sistemas de gerenciamento de armazém, os chamados Warehouse Management System (WMS). O aparato permite a gestão de peças e cargas com posicionamento automático nos armazéns, com etiqueta eletrônica e com coletor de radiofrequência.
Chagas, da ECO, explica que a instalação desse sistema em Itapemirim permitirá a realização de reparos, testes de equipamentos coletados em embarcações atracadas na base. Segundo ele, o WMS economiza tempo e gastos já que o equipamento não precisa ser transportado pela cidade ou por rodovias. Ele diz que o crescimento do segmento de óleo e gás demandará infraestrutura para atender a essas embarcações, além de serviços de montagem e reparo. A base de Itapemirim da ECO terá três diques flutuantes que poderão ser utilizados para o conserto de embarcações.
Leonardo Garcia, assessor comercial do estaleiro Enavi, diz que existem poucas opções para essa demanda. Localizado na Baía de Guanabara, o estaleiro possui uma posição estratégica para atender à demanda de reparos, por meio de três diques flutuantes e dois diques secos. A área de atracação possui quase um quilômetro com calado que chega a 11 metros, dependendo do local. "Hoje, as embarcações que precisam de reparo e manutenção de emergência não têm muitas opções para correr. Nosso diferencial é ter bastante espaço", analisa Garcia. Ele diz que o estaleiro não precisa fazer ampliações no momento.

Outra preocupação das empresas que utilizam as bases está relacionada às condições marítimas de cada região.  Menezes, da CPVV, observa projetos de portos em locais de mar aberto que enfrentam problemas de licenciamento ambiental e para execução da obra. Ele destaca que o terminal CPVV se encontra numa baía muito abrigada de ventos, sem incidência de ressacas que atrapalhem a operação. "Nunca tivemos que interromper a operação. Temos condição muito privilegiada para desenvolver atividade de apoio offshore", ressalta Menezes.
Em Itapemirim, as embarcações terão onde se abrigar. Segundo Chagas, a base adotará o conceito de 'garagem', em que as operações são feitas em áreas cobertas, com pontes rolantes e içamento das cargas. O modelo, utilizado nos Estados Unidos, promete mais segurança para as operações. Com isso, a ECO espera trabalhar simultaneamente com todas as cargas de convés e de baixo convés. "É uma redução drástica do tempo com segurança. O barco, ao invés de ficar 24 horas atracado, fica apenas seis horas", detalha Chagas.
O porto do Forno possui uma área abrigada natural de três quilômetros para fora do fundeio. O diretor de planejamento considera uma condição mais favorável que a região de Macaé, por exemplo. "Toda vez que o mar não tem condições de navegabilidade, as embarcações vêm todas para o porto do Forno. Conseguimos abrigar até 20 embarcações", relata Lemos. Ele destaca ainda a proximidade do porto com as bacias de Campos e Santos.
Lemos também aponta como vantagem o porto do Forno não sofrer com problemas de acesso já que o perímetro urbano é de 1,5 quilômetro. Ele conta que existe um plano de mobilização para períodos de feriado e alta temporada, quando Arraial do Cabo está com muitos turistas. A parceria com a prefeitura prevê mobilização de pessoal, maquinário e sinalização específica para escoar essas cargas sem grandes transtornos.
Para Menezes, a questão de acesso rodoviário também não será um problema para a CPVV. A base de Vila Velha está localizada numa área próxima ao aeroporto, hospitais, faculdades e perto das rodovias BR 101 e BR 262. A primeira liga o Espírito Santo ao Rio de Janeiro e à Bahia. A segunda permite a ligação com Minas Gerais e Brasília. Ele cita que a prefeitura e o governo estadual estão desenvolvendo ligações diretas do porto com a BR-101, que serão importantes na comunicação da base de Vila Velha com Macaé.
Apesar disso, Chagas, da ECO, lamenta a falta de estrutura rodoviária para atender à região que abrange o norte fluminense e o sul capixaba, que cresceu exponencialmente nos últimos anos. Ele aguarda a conclusão de uma via alternativa de 16 quilômetros ligando a BR-101 à área onde a base será instalada. "O governo do Espírito Santo está começando a pavimentar, para dar fôlego ao nosso porto. Se fôssemos utilizar as estradas vicinais, não conseguiríamos a produtividade que estamos prometendo aos clientes", projeta Chagas. Temendo problemas de abastecimento, a ECO também aturará como distribuidor de combustível.
Para Lemos, do porto do Forno, a atividade portuária é muito dinâmica e precisa sempre se adequar à realidade do mercado. Ele explica que o planejamento é pensado em longo prazo e está sempre sendo revisto pela companhia, que vem modificando sua estrutura portuária para atender ao serviço da exploração de petróleo. “Atendemos a embarcações de apoio em grande escala", diz Lemos. Um contrato com a Petrobras, por exemplo, demandou o fornecimento de água para embarcações. A execução desta solicitação está em fase final e compreendeu obras para tubulação nova, abastecimento dedicado ao porto e pulmão de armazenamento de um milhão de litros de água.
A Petrobras pretende montar uma planta de armazenagem e embarque de cimento no porto de Arraial do Cabo. O estudo de viabilidade técnica foi realizado e a administração do porto do Forno está impermeabilizando a área solicitada pela estatal. As empresas utilizam muito cimento para concretar os poços durante a perfuração. A planta de armazenagem e embarque de cimento ocupará uma área de dois mil metros quadrados. Hoje, a armazenagem e o embarque de cimento são feitos pelo porto de Imbetiba, em Macaé.
A administração do porto do Forno também negocia uma área para a Petrobras montar uma base para controle de embarque e desembarque de pessoal e maquinários. O complexo portuário do Forno possui 76 mil metros quadrados, sendo 20 mil metros quadrados de pátio de estocagem. "Temos nos adequado à realidade do mercado, conforme os serviços vão sendo requisitados. Procuramos manter um serviço de excelência nas atividades já existentes no porto e, ao mesmo tempo, nos adequamos às novas demandas que o porto vem recebendo. Estamos com demanda acentuada no parque de tubos. Nos últimos três meses, tivemos que adequar o pátio de estocagem para receber tubos de perfuração em grande escala", analisa Lemos.
Outra demanda da Petrobras no porto, segundo Lemos, é o gerenciamento de resíduos. O porto do Forno possui uma demanda para sua central de armazenamento de resíduos temporários. Esse gerenciamento de resíduos será utilizado pela Petrobras no tratamento de resíduos das embarcações, como lixo orgânico. O tratamento de água de lastro ainda não está em prática.

De acordo com Maziero, do grupo TPC, a Petrobras e os demais players têm deixado público que existe uma demanda por bases de apoio offshore a ser suprida. Segundo ele, o grupo está investindo nesse mercado e acredita muito nos negócios nesse segmento. "Se tivéssemos uma oferta enorme de bases logísticas ao longo da costa, os clientes poderiam optar por essa ou aquela. Como não temos tantas bases assim, ele tem que optar por aquela que seja menos onerosa. É aí que entram os estudos", detalha. Maziero afirma que a escolha da base esbarra numa legislação complexa, que envolve licitação para arrendamento e licenciamento, além da relação dinâmica com a indústria do petróleo, que precisa de operação 24 horas, de retroárea e infraestrutura.
Enquanto, sua base não é instalada, o grupo TPC realiza cinco operações no Brasil, sendo quatro para a Petrobras. Uma operação em Macaé (RJ) está focada para o gerenciamento e monitoramento dos equipamentos que vão para as plataformas. Outra, em Vitória (ES), faz o suporte de planejamento, controle, monitoramento para os tubos flexíveis [subsea] que vão para plataforma e os umbilicais. Na terceira operação com a Petrobras, o grupo TPC realiza toda movimentação de apoio aos poços de prospecção de petróleo no recôncavo baiano. Outra operação cuida da parte logística da refinaria de São José dos Campos (Revap).
O grupo TPC possui ainda uma base de atendimento e resposta a emergências ambientais para o porto São Sebastião. "Temos planos de expandir a operação, não só fazendo a parte ambiental, mas também a parte de logística", revela Maziero. Além das bases de apoio logístico, o grupo TPC investirá no serviço de transporte marítimo, que hoje é terceirizado.  "O grupo não tinha experiência no assunto e nós já temos cinco operações. O mercado está correspondendo muito bem. É uma demanda que não está completamente preenchida", comemora Maziero.
A G-Comex opera desde 2010 no bairro do Caju, na zona portuária do Rio de Janeiro (RJ). A retroárea, de 20 mil m², deve dobrar de tamanho até o final de 2012. Trata-se de uma locação privada para utilização de uma área contígua ao porto do Rio durante 15 anos. A empresa já investiu cerca de R$ 10 milhões na base de apoio. Paes Leme conta que a empresa é a 'caçula' dentre os concorrentes e a que possui condições de crescer já que os demais estão no limite de suas capacidades. A base do Rio de Janeiro atende às bacias de Campos e Santos, principalmente empresas estrangeiras.
Paes Leme diz que a empresa aposta na demanda crescente do mercado. A companhia possui cerca de 1,5 mil funcionários nessa atividade e deve contratar mais 500 até o fim de 2012. Atualmente, a G-Comex utiliza a área para operações onshore como armazenamento de equipamentos e produtos químicos, operações portuárias e inspeção.
Paes Leme diz que as bases privadas já estão acima de sua condição natural de trabalho. Ele observa que o porto público ainda conta com certa ociosidade, o que facilita a atracação imediata de embarcações. Em contrapartida, ele considera que a principal desvantagem do porto público está relacionada às regras de atracação mais rígidas que para bases privadas.
Ele cita que navios de passageiros possuem prioridade de atracação. No entanto, pela demanda atual, ele diz que isso não representou algum tipo de problema na operação da base porque ainda possui cais disponível. “Temos um gargalo. As áreas portuárias tradicionalmente atuantes no mercado offshore estão acima de sua capacidade de operação e temos sentido que a aceitabilidade do porto público já é bem melhor do que era no passado. O porto público é uma realidade hoje na operação offshore”, analisa Paes Leme.

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