Eisa bate quilha do 4º navio-patrulha de sua carteira. Nicho militar é um dos prioritários do estaleiro — Com uma carteira de encomendas que soma R$ 1,2 bilhão e operação sem ociosidade, o estaleiro Ilha (Eisa) busca conquistar novos contratos no primeiro semestre de 2014 para não ter lacunas em sua linha de produção. É que algumas entregas de embarcações estão previstas no cronograma do próximo ano e até 2016 todos os contratos já terão sido concluídos. “Estamos negociando com alguns armadores e temos boas perspectivas”, afirma o presidente do Eisa, Josuan Moraes Jr., sem entrar em detalhes.
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Depois de um 2013 dedicado a aparar arestas e arrumar a casa, o estaleiro terminou o ano celebrando o batimento de quilha do NPa Magé, quarto navio-patrulha da série de cinco contratados pela Marinha do Brasil.
Os dois primeiros navios da série, o NPa Maracanã e o NPa Mangaratiba, tem previsão de incorporação no próximo ano, enquanto os demais ficarão prontos em 2015. O Magé será o 6º navio-patrulha da Classe Macaé. Os dois primeiros da classe, encomendados ao estaleiro Inace, o NPa Macaé e o NPa Macau, já estão em operação.
Eles fazem parte de uma série de 27 navios patrulha de 500 toneladas a serem construídos a partir do projeto desenvolvido pela empresa francesa Constructions Mecániques de Normandie (CMN). A Marinha está tentando viabilizar o financiamento no Brasil dos demais 20 navios-patrulha previstos em seu programa de reaparelhamento da frota. E, segundo Josuan, o Eisa quer atuar fortemente nesse nicho. “Os contratos com Marinha tem lugar de destaque em nossa carteira de encomendas e não mediremos esforços para cumpri-los da melhor forma possível”, disse ele em seu discurso na cerimônia de batimento de quilha, que contou com a presença do diretor geral do Material da Marinha, almirante-de-esquadra Luiz Guilherme Sá de Gusmão; do diretor de Engenharia Naval, vice-almirante Francisco Portella Deiana e do presidente do grupo Synergy, German Efromovich.
Para ajudar na empreitada o Eisa e a empresa espanhola Navantia estudam a melhor forma de firmar uma parceria para atendimento da demanda de construções militares no Brasil. O estaleiro Navantia tem experiência bem-sucedida de transferência de tecnologia feita com as Marinhas da Venezuela, Austrália, Índia e Noruega. O diretor de Desenvolvimento de Negócios para a América Latina da Navantia, Fernando Miguélez, também estava presente no evento.
Os navios são equipados com um canhão de 40mm instalado na proa, duas metralhadoras de 20mm, sendo uma instalada a Boreste a outra instalada a Bombordo. O comprimento total é de 54,20 metros, boca moldada de oito metros, calado máximo de 4,60 metros, deslocamento carregado de 500 toneladas e velocidade de cruzeiro de 15 nós. O raio de ação é de 2500MN. Os navios-patrulha tem capacidade para 43 tripulantes.
Os dois motores diesel de 2448 kW com propulsão a 4 tempos e partida elétrica. 2 eixos propulsores fabricados em aço inoxidável e dispostos em tubos telescópicos. Dois hélices de passo fixo com sentido de rotação opostos.
A geração de energia se dará a partir de dois grupos diesel-geradores com 270 KVA, 440 V, 60Hz, trifásico e um gerador auxiliar, constituído de um grupo diesel gerador.
Os navios se destinam ao patrulhamento para a vigilância e defesa do litoral, das águas marítimas costeiras e das plataformas de petróleo. Poderão também atuar na repressão de pesca ilegal, contrabando, narcotráfico e poluição do meio ambiente. n