A Marinha do Brasil informou que a fragata Tamandaré (F200), primeira da classe construída no Programa de Desenvolvimento de Submarinos (Prosub), está passando por novos testes de mar desde 3 dezembro, quando deixou o Estaleiro Brasil Sul, em Itajaí (SC), com tripulação de militares e civis a bordo. As avaliações foram iniciadas em agosto, e o término delas está previsto para 2026. De acordo com o futuro comandante da embarcação, capitão de fragata Gustavo Cabral Thomé, o objetivo é avaliar a robustez, a segurança e a confiabilidade do navio, e os testes atuais abrangem as cadeias funcionais, dos sensores ao armamento.
Segundo a Marinha, a Fragata Tamandaré incorpora tecnologia de ponta, com avançado sistema de combate integrado, sensores de última geração, incluindo radares de vigilância aérea e de superfície, e sonar de casco, além de sistemas eletro-ópticos e infravermelhos. Além disso, informou a Força, é compatível com padrões estabelecidos pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), podendo ser usada em opções conjuntas com outras marinhas.
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O CF Gustavo Cabral Thomé explicou que o navio tem elevado grau de automação que permite monitorar e controlar praticamente todos os equipamentos e sistemas de forma remota. “Isso garante segurança, precisão e rapidez na execução das ações e mais eficiência operacional”, disse.
A Marinha informou ainda que as fragatas da Classe Tamandaré são equipadas com sistemas de lançamento de mísseis antinavio, mísseis antiaéreos de lançamento vertical e torpedos para defesa em caso de ataques submarinos, além de canhão de 76 milímetros de tiro rápido e preciso. A embarcação conta também com canhão de 30 mm para defesa de ponto, duas metralhadoras 12,7 mm e sistema de despistamento destinado à autoproteção contra mísseis, além de hangar e convés para aeronave embarcada.
A construção das fragatas faz parte do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (Novo PAC) e, segundo a Marinha, é considerada um dos maiores no setor de construção naval do país, com elevado índice de conteúdo local, fornecido por mais de mil empresas, transferência de tecnologia e capacitação de profissionais brasileiros. A força naval destacou que o projeto é desenvolvido no Brasil com trabalhadores brasileiros, o que permite compartilhar conhecimento sobre a construção de navios de defesa, que têm características específicas.
Segundo o CEO da Águas Azuis, responsável pela execução do Programa Fragatas Classe Tamandaré (PFCT), Fernando Queiroz, o projeto se destaca ainda pelo desenvolvimento no Brasil dos softwares dos sistemas usados nos navios, possibilitando geração de conhecimento. “Estamos recebendo o código-fonte aqui no Brasil. Com isso, a gente desenvolve um software brasileiro. Isso proporciona capacitação aos profissionais, possibilidade de exportação e retenção de conhecimento”, disse.
O treinamento da tripulação foi iniciado em janeiro de 2024, com 154 militares participando de cursos técnicos para se prepararem para operar os sistemas e equipamentos. Em agosto de 2025, parte desse efetivo chegou a Itajaí para acompanhar os testes de mar, etapa considerada essencial para assumir a manutenção e a operação do navio.
As informações são da Agência Marinha.


















