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Futuro do Estaleiro nas mãos de Temer: 3.850 empregos estão em risco

Segundo o presidente do EAS, se a Medida Provisória for editada, não teria mais necessidade de aporte dos acionistas para manter o negócio no próximo ano

O futuro do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em Suape, está mais do que nunca nas mãos do Governo Federal. Se há dez anos a vinda do empreendimento para o Estado foi orquestrada pelo governo Lula, agora, a sobrevivência da planta naval, que emprega 3.850 pessoas diretamente, depende de decisões estratégicas da gestão Michel Temer. 


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Entre elas, a empresa espera a edição de uma Medida Provisória (MP) que autoriza a renegociação de financiamentos do Fundo da Marinha Mercante (FMM), voltado aos projetos do setor naval.

A medida traria alívio ao EAS, que já chegou a ter sete mil funcionários, mas enxugou os quadros depois de perdas sucessivas de contratos com a Sete Brasil e a Transpetro.

 Atualmente, a dívida total da empresa está avaliada em R$ 1,6 bilhão até 2027, dos quais R$ 1,3 bilhão é com o BNDES, banco público de fomento. Todos os anos, o EAS paga R$ 350 milhões aos bancos e, embora a administração garanta que vai fechar este ano com um balanço operacional, pela primeira vez, positivo, essa saída de recursos impacta negativamente no resultado financeiro da empresa e nos preços dos navios. 

Com a edição da MP, que autorizaria a renegociação de débitos em até dois anos, o EAS, assim como outras empresas de navegação e estaleiros em situação crítica, poderiam prorrogar os pagamentos, ampliar a quantidade de parcelas e evitar a inadimplência. “O governo quer manter empregos ou gerar desemprego? Quer manter a indústria naval ou acabar com ela?”, questionou o presidente do EAS, 

Harro Burmann, em encontro com a imprensa, na quarta (21). Ele defende que, se medida for editada, não teria mais necessidade de aporte dos acionistas para manter o negócio no próximo ano. De 2015 a 2017, as sócias Camargo Corrêa e Queiroz Galvão aportaram R$ 1 bilhão. 

Há ainda definições importantes envolvendo a Petrobras, cujo maior acionista é o Governo Federal. Entre elas está o direcionamento com relação à própria política de conteúdo local (para ampliar a participação da indústria nacional no segmento). A estatal, principal demandante do setor naval no País, tem comprado navios e plataformas no exterior, por uma mudança de posicionamento, depois da crise disparada pelos escândalos de corrupção. "É justo a Petrobras lucrar e nós ficarmos no prejuízo?", indagou o presidente do EAS. Sem a revisão da decisão de importar os produtos e a edição da MP, Burmann intera que, diante da ausência de novas encomendas, se mantém o risco de fechamento da empresa em 2019, (quando completa o restante do pacote da Transpetro).

Nas mãos da Petrobras está ainda uma liberação de um aditivo de contrato para concretizar a conquista de novas encomendas com a South American Tanker Company (Satco) para construção de oito navios MR, no valor de US$ 1,8 bilhão. 

Esse aditivo precisa ser liberado até dezembro, quando expira o prazo do contrato. Outros cinco navios suezmax DP2 integram o pacote negociado com a Staco, os quais ampliariam o fôlego de produção até o ano de 2022.

Fonte: Folha PE






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