O governo pretende fazer a 15ª rodada de petróleo e a quarta rodada do pré-sal até junho do ano que vem. A informação foi dada pelo secretário de petróleo e gás do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix. Ele participou da abertura da OTC Brasil 2017, feira de petróleo que é realizada no Riocentro, na zona oeste do Rio de Janeiro.
— O conselho de política energética vai se reunir em novembro para definir as novas áreas dos leilões. A 15ª rodada vai se realizar em março do ano que vem e a quarta rodada do pré-sal em junho. Por conta da eleição, não é possível fazer nada a partir de junho. E tem Copa do Mundo ainda, não vamos fazer leilão em dia de jogo da Copa do Mundo. Temos um cronograma desafiador. Esperamos chegar a uma decisão da cessão onerosa nos próximos meses — destacou Félix.
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Ele veio representar o ministro de Minas e Energia, Fernando Coelho Filho, que se afastou do cargo nesta semana, para voltar ao Congresso.
Pedro Parente, presidente da Petrobras, disse que o setor de petróleo já iniciou seu processo de recuperação. Segundo ele, a diferença do entusiamo do setor é impressionante.
— Em um ano a gente mudou a obrigação da Petrobras de entrar em todas as áreas do pré-sal e a política de conteúdo local foram melhoradas. Se eu tivesse dito isso há um ano, todo mundo falaria que eu estaria sendo otimista. Conseguimos dar início a recuperação da indústria de óleo e gás. Em três dias, teremos a segunda e terceira rodadas de leilão do pré-sal. O pré-sal não é apenas possível e sim competitivo devido aos grandes avanços tecnológicos. A produtividade é surpreendente. Um poço pode produzir até 40 mil barris por dia.
Décio Oddone, diretor- geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP), destacou que vai ser colocado na primeira liga entre os países com reservas em oferta no mundo. Ele lembrou que ainda há muito a fazer para abrir o mercado para o investimento estrangeiro.
— Mas tem muito a ser feito, com uma abertura mais profunda do setor. Pela primeira vez, tem abertura no upstream ( exploração e produção). Temos transformações no mercado de gás natural, com atores novos trabalhando nesse segmento, com a redução do contrato da Petrobras com a Bolívia. E ainda há abertura no mercado de combustíveis. No ano passado, a maior quantidade de importação de diesel não foi da Petrobras e sim de terceiros. Temos transformações maiores. Caminhamos para a tecnologia, e a digitalização vai mudar a indústria — afirmou Oddone.
Ele lembrou que o Brasil vai tratar de forma diferente os ambientes de petróleo no Brasil, como aos campos de produção em terra, as áreas de água rasa e o pré-sal sal em si.
— Vamos tratar tudo de forma diferente. O pré-sal tem salvado a produção de petróleo no Brasil.
Félix ressaltou que a expectativa é que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprove as áreas dos dois leilões (15ª Rodada e 4ª Rodada do pré-sal) até meados de novembro. — Vamos fazer ajustes nas áreas que a ANP apresentou. Não faz sentido leiloar áreas que já foram ofertadas no passado. A 15 rodada vai ter áreas da margem equatorial, do Sudeste (bacias de Santos e Campos) e áreas em terra. A 4 Rodada do pré-sal também terão boas áreas. Um indicativo do apetite que vamos ver é quando a Petrobras mostrar seu interesse, exercendo seu direito de preferência. Vamos calibrar os leilões do ano que vem com base nos resultados deste ano. Eu considero os leilões de setembro e outubro o marco da retomada — disse Félix.
Fonte: Extra