A Petrobras acelerou o processo de venda de blocos de exploração de petróleo que possui nos EUA e despertou o interesse das maiores petrolíferas do mundo, de acordo com três fontes que têm conhecimento da situação.
As principais candidatas à compra são Shell, Chevron, BP e Exxon, parceiras da estatal em alguns blocos na parte norte-americana do Golfo do México, disseram à Reuters duas fontes a par das conversas.
A Sinopec, que não é sócia da Petrobras na região, já disse oficialmente que tem interesse nos ativos através de correspondência à Petrobras, disse uma fonte próxima à companhia chinesa. Segundo ela, equipes chinesas foram recentemente ao Golfo do México para avaliar os blocos.
O objetivo da estatal brasileira, que deve se desfazer dos ativos nos próximos meses, é fazer caixa que ajude a empresa a cumprir o plano de investimentos no Brasil de US$ 236,5 bilhões em cinco anos.
No mesmo plano, a Petrobras também previu um desinvestimento de US$ 14,8 bilhões, a maior parte no exterior, que inclui os blocos a serem vendidos.
Contatada, a Petrobras não se manifestou sobre o assunto.
Por email, a Shell disse que não comenta sobre rumores de mercado.
A ExxonMobil informou que não divulga nem discute seus planos de negócio.
A Chevron disse, por meio de sua assessoria em San Ramon (EUA), que tem política de não comentar nenhuma negociação comercial.
A Petrobras tem participação em 173 blocos de petróleo nos EUA, onde atua como operadora em 127.
Todos os ativos de exploração e produção no Golfo do México em que a companhia tem participação minoritária devem ser alienados, dizem as fontes.
Entre os áreas que despertam interesse estão Saint Malo, onde a estatal possui 25% do campo, operado pela Chevron (com 51%); Stones (operado pela Shell, onde a estatal detém 25%); e Tiber (onde a brasileira tem 20$ e a BP é a operadora, com 61%).
No complexo de Hadrian, que engloba vários campos petrolíferos, a Petrobras possui em média 25%, em sociedade com a Exxon (operadora), Anadarko e Eni.
A companhia brasileira também possui fatias minoritárias nos campos de Logan (com Statoil e Ecopetrol) e Lucius (Anadarko).
REAVALIAÇÃO EM CAMPOS MAJORITÁRIOS
Nos campos de Cascade e Chinook, que já estão em fase de desenvolvimento e onde a Petrobras é majoritária, a estratégia era, no início, não se desfazer dos blocos.
Diante da necessidade de caixa para cumprir o seu plano de investimentos, porém, a estatal avalia vender os ativos, dizem as fontes.
Em Cascade, onde a produção começou no início do ano, a Petrobras possui 100% do negócio e, em Chinook, 66,7% em parceria com a Total.
Cascade e Chinook estão em uma nova fronteira exploratória dos Estados Unidos, em águas profundas, onde a perfuração é mais cara.
Além disso, para a Petrobras compensa mais investir em produção no Brasil do que no exterior, considerando que em águas brasileiras a estatal conta com melhor estrutura para escoar o petróleo.
A expectativa para Cascade é de uma extração de até 20 mil barris por dia até o fim do ano.
Além dos blocos, duas refinarias, uma no Texas e outra no Japão, já foram colocadas à venda.
Elas também possuem interessados, mas despertam menos interesse nas empresas que os blocos do Golfo.
Fonte:DA REUTERS
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