SÃO PAULO - As razões que trouxeram Frank Whitsura ao Brasil estão na ponta da língua. "Queremos ingressos para a Copa do Mundo e as Olimpíadas", brinca o executivo, que visitou o país recentemente com outros cinco vice-presidentes da Honeywell. O grupo americano fornece equipamentos, software e serviços nas áreas de controle e automação, transportes e aeroespacial, entre outros segmentos.
A ideia é aproveitar as perspectivas de crescimento econômico, industrial e estrutural do Brasil nos próximos anos para fortalecer a presença da Honeywell no mercado brasileiro de automação. "Além da economia vibrante, o Brasil é um dos países onde as empresas estão mais investindo em tecnologias inovadoras", diz Whitsura, vice-presidente global de tecnologia e operações da Honeywell Process Solutions (HPS). A HPS integra a unidade de controle e automação da Honeywell.
Uma das ações da companhia para alcançar esse objetivo é a construção de uma fábrica no Estado de São Paulo em 2011. O local específico, a capacidade produtiva, o número de empregos que serão criados e a linha de produtos a ser fabricada ainda estão em fase de definição. O aporte inicial será de US$ 500 mil, informa Jerry Gutierrez, diretor da Honeywell na América Latina.
Apesar do investimento discreto na primeira fase da fábrica, Gutierrez ressalta a importância estratégica da nova unidade, que a princípio atenderá às demandas do mercado interno, com possibilidade de expansão para a América Latina.
Até agora, as fábricas da Honeywell voltadas à automação e destinadas aos clientes nas Américas estavam concentradas nos Estados Unidos. A concepção inicial da companhia era a de que a concentração da manufatura em um único ponto era melhor para os negócios. "Mas aprendemos que para ter sucesso em um mercado estratégico como o Brasil você precisa ser local e isso envolve necessariamente a fabricação no país", afirma Gutierrez.
Entre as peculiaridades do Brasil, diz Whitsura, está a estratégia dos grandes clientes em relação aos investimentos para aumentar a produção. Enquanto em outros países o foco tem sido integrar várias unidades em menos fábricas, no mercado brasileiro muitas empresas estão direcionando recursos para a construção de novas unidades. Entre os segmentos mais promissores para a companhia na área de controle e automação estão petróleo e gás, química, papel e celulose, e mineração. "Nosso foco é qualquer empresa que esteja sofrendo com problemas de produtividade".
O mercado brasileiro de automação tem um potencial de negócios de US$ 2 bilhões por ano, afirma Gutierrez. O faturamento atual da Honeywell no segmento é de US$ 150 milhões no país, o que representa 35% das receitas obtidas com essa área na América Latina. "Nosso objetivo é quadruplicar a receita no Brasil nos próximos cinco anos", diz o executivo.
Gutierrez revela que os investimentos, cujo total previsto não é revelado, também serão direcionados à abertura de escritórios em regiões como Norte e Nordeste em 2011, além ampliação dos já existentes em outras áreas. Atualmente, a divisão de automação da Honeywell conta com 150 funcionários no Brasil, divididos em seis escritórios, localizados em São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Paraná, São Luís e Curitiba.
A estrutura comercial da divisão de automação prevê dois modelos: atendimento direto aos clientes de grande porte e por meio de 15 canais para o restante da carteira. A ideia, segundo Gutierrez, é ampliar os parceiros especializados em segmentos como química e papel e celulose. "Vamos investir em programas de treinamento, tanto para os canais como para a nossa equipe", afirma o executivo.
(Fonte: Valor Econômico/Moacir Drska)
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