O Brasil precisa formar uma indústria naval inovadora para se destacar dentre as concorrentes internacionais. Na visão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), o país precisa reunir uma cadeia produtiva completa, com alto valor agregado na produção final, além de criar uma relação mais próxima entre a indústria e as universidades.
Para Gustavo Campos Araruna, analista de comécio exterior da coordenação-geral das Indústrias de Transporte Aéreo, Aerospacial e Naval do MDIC, a geração de novos produtos e patentes promove a produção nos mercados nacional e internacional.
"Nesse modelo conseguiríamos ter competitividade internacional e poderíamos até conseguir essa liderança", disse Araruna, que participou do painel "Modelo brasileiro de desenvolvimento da construção naval", no primeiro dia da Navalshore 2012. Durante o evento, Araruna apontou outros dois modelos de indústria: a montadora, com baixo conteúdo local e valor agregado limitado, e a indústria vertebrada, que possui melhor processo produtivo e qualificação profissional mais elevada.
O analista do MDIC acredita que o Brasil busca o modelo mais completo, com geração de empregos e com mais capacitação. Dessa forma, o país poderia chegar ao patamar de países como Noruega, Coreia do Sul e Japão. Araruna citou o caso de Cingapura, que aproveitou a oportunidade logística com o desenvolvimento do setor de óleo e gás e acabou se tornando uma indústria naval especializada e competitiva.
Araruna afirma que é preciso ultrapassar barreira entre as próprias universidades e voltar o olhar delas para indústria. Ele destaca a criação da Rede de Inovação para a Competitividade da Indústria Naval e Offshore (Ricino), que estimula um novo modelo de pesquisa, desenvolvimento e inovação para o setor, facilitando a interação entre indústria e academia. Outra medida importante, segundo o analista, foi o financiamento da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep).
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