A japonesa IHI (antiga Ishikawajima-Harima Heavy Industries) está de volta ao Brasil. A empresa abriu escritório comercial no centro do Rio para estudar oportunidades de negócios em setores como petróleo, siderurgia, transportes e indústria naval. A empresa também analisa a compra de uma fábrica de máquinas pesadas no Rio ou em São Paulo, disse Tsutomu Saeki, diretor-presidente da IHI do Brasil Representações Ltda.
Por cerca três décadas, a Ishikawajima foi sinônimo de construção de navios de grande porte no Brasil. Em 1959, a empresa fundou, no bairro do Caju, zona portuária do Rio, um estaleiro de grande porte, o Ishibras, que construiu navios de até 300 mil toneladas de porte bruto. Mas em 1994, depois de enfrentar dificuldades financeiras, a Ishikawajima se retirou do país.Saeki disse que a decisão de voltar ao Brasil foi tomada em novembro do ano passado e se relaciona, segundo ele, com o "boom" econômico do país. A IHI, nome adotado pelo grupo a partir de 2007, vê no Brasil a possibilidade de participar de diversos projetos de infraestrutura.
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Um dos focos de interesse da IHI é fornecer tecnologia de tanques para Gás Natural Liquefeito (GNL) ao consórcio que ganhar concorrência aberta pela Petrobras para a construção de uma embarcação do tipo FLNG, uma planta de GNL flutuante. O consórcio Saipem/ Hyundai foi classificado em primeiro lugar na concorrência, mas o processo de licitação continua e está previsto para terminar no fim do ano.De acordo com a Petrobras, o projeto é fruto de um consórcio formado entre a própria empresa, BG, Repsol e Galp Energia. Esta planta flutuante irá liquefazer o gás produzido em alto mar. Depois o produto poderá ser transportado para um dos terminais de regaseificação da estatal no Ceará, no Rio ou na Bahia, que começará a operar em 2014. Dos terminais, o gás será injetado na malha de gasodutos, informou a Petrobras
.Saeki disse que a IHI desenvolveu um tanque de formato retangular que pode ser fornecido ao consórcio que vier a ganhar a concorrência da Petrobras. O executivo afirmou ainda que o grupo IHI ainda não decidiu se pode voltar a investir no segmento de estaleiros no Brasil. O primeiro passo, segundo ele, pode ser o fornecimento de equipamentos e serviços para os estaleiros nacionais.A empresa que deu origem à IHI foi a Ishikawajima Shipyard, em 1853. Em 2010, o grupo registrou vendas líquidas de US$ 13,3 bilhões. Além do Japão, está presente em cerca de 15 países.Fonte:
Valor Econômico/Francisco Góes | Do Rio